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A China negou esta quarta-feira tencionar fornecer armas à Rússia e assinalou que mantém com Portugal uma relação “amigável” e “mutuamente benéfica”, após Lisboa afirmar que reveria os laços caso Pequim preste apoio militar a Moscovo.

A China não vai realizar qualquer venda militar a partes beligerantes ou para áreas em conflito“, disse o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa resposta por escrito a perguntas da agência Lusa.

Pequim “teve sempre uma atitude prudente e responsável” na exportação de armas e equipamento militar, acrescentou.

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A diplomacia chinesa afirmou ainda que mantém com Portugal laços amigáveis, de longo prazo e “mutuamente benéficos”. As relações entre Lisboa e Pequim estão “alinhadas com os interesses de ambos os lados”, lê-se nas respostas enviadas à Lusa, após o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, ter afirmado que Lisboa teria que “rever o significado do relacionamento político e económico” com a China, caso o país asiático prestasse apoio militar à invasão russa da Ucrânia.

O governo chinês lembrou que propôs, na semana passada, um plano para pôr fim ao conflito. Na proposta de Pequim, destaca-se a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia, mas apela-se também ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos.

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“A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares”, lê-se no documento, numa critica implícita ao alargamento da NATO.

No plano pede-se o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a evacuação de civis e ações para garantir a exportação de grãos, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos preços a nível mundial.

A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e “alimentar as chamas” ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.

O país asiático considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos. As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se também rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.

A diplomacia chinesa afirmou ainda querer trabalhar em conjunto com Portugal para promover intercâmbios e a cooperação bilateral, visando “alcançar mais resultados e benefícios para ambos os lados”.