O presidente do PSD afirmou esta quarta-feira que um eventual regresso de Passos Coelho à política ativa será “sempre um motivo de satisfação” para o partido e para si próprio, poucos minutos após um breve encontro com o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro visitaram esta quarta-feira a Bolsa de Turismo de Lisboa — o Presidente chegou antes do meio-dia e o líder social-democrata uma hora mais tarde —, mas o cruzamento acabou por acontecer na zona dedicada à região do Porto.

As perguntas dos muitos jornalistas centraram-se no jantar que juntou na segunda-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, no Grémio Literário, na comemoração dos dez anos do Senado, mas nem Marcelo nem Montenegro quiseram prolongar o tema.

De acordo com o Expresso, na segunda-feira, o antigo líder do PSD apontou a falta de um desígnio para o país, mencionou o seu “horizonte político,” e o chefe de Estado, que discursou depois, assinalou que “vale a pena fixar este dia”, em que Passos Coelho “definiu a sua vida política e pessoal, falando do futuro”.

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Questionado, esta quarta-feira, se tinha falado com Luís Montenegro sobre este tema, o chefe de Estado respondeu: “Falamos sempre, mas não dizemos à comunicação social”.

“Quase dia sim, dia sim”, acrescentou Montenegro. “Eu não conto as conversas que tenho aqui com o presidente”, disse Marcelo, o que Montenegro confirmou: “E eu muito menos”.

Mais tarde, já em declarações aos jornalistas sem o Presidente da República por perto, Montenegro voltou a ser questionado como veria um eventual regresso de Passos Coelho à política.

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“Não posso fazer leituras do que vai no pensamento de Pedro Passos Coelho, acho que ele é um ativo extraordinário do país, que o país não deve desaproveitar seja em que circunstância for: na sua vida académica, seja em representação de Portugal, seja na política ativa”, disse.

Se Pedro Passos Coelho regressar à política ativa será sempre motivo de satisfação do PSD e da minha satisfação particular”, disse, salientando que se tal acontecesse seria positivo para o partido, “e sobretudo para o país”.

Montenegro assegurou que não mudará de opinião “sejam as circunstâncias quais forem” e disse mesmo que “estará ao lado” de Passos Coelho se o antigo primeiro-ministro voltar à vida pública.

“Eu não tenho receio de nada nem de ninguém”, disse, quando questionado se esteve eventual regresso não ensombra a sua liderança, e frisou que nos poucos mais de seis meses em que lidera o PSD, o partido “está a disputar a liderança política de Portugal”.

O presidente do PSD recusou-se a comentar quaisquer considerações do Presidente da República — “ele também não comenta as minhas” — e salientou a relação de grande proximidade que existe entre si e Marcelo Rebelo de Sousa dentro “das tarefas que cabem a cada um”.

“A mim cabe-me hoje ser líder da oposição, gerir o PSD e ser primeiro-ministro amanhã, se os portugueses quiserem”, afirmou, dizendo ter todo o “respeito e espírito de colaboração” com a forma como Marcelo Rebelo de Sousa exerce as funções presidenciais.

Questionado se, nas conversas frequentes entre ambos, falaram sobre Pedro Passos Coelho, Montenegro não respondeu diretamente: “Falamos sobre muitos temas, falamos sobre tudo aquilo que importa ao país e à função que cada um desempenha”.

Já à pergunta se tem falado com Pedro Passos Coelho, respondeu afirmativamente: “Sim, temos falado de vez em quando”.