Após umas semanas de teasers, a Honda mostrou finalmente o CR-V Hybrid Racer, um modelo experimental de competição que monta uma mecânica híbrida que consome combustível 100% sustentável e que fornece 800 cv. Desenvolvido e produzido pela Honda Performance Development (HPD), este Hybrid Racer tem a curiosidade de exteriormente se parecer com o CR-V de série, depois de muito ginásio e esteróides.

Na realidade, este veículo da HPD é um laboratório sobre rodas destinado a encontrar soluções para veículos (muito) desportivos, mas com motores relativamente pequenos, baratos e pouco poluentes. Daí que, segundo o presidente da HPD, David Salters, o motor deste Hybrid Racer seja o 2.2 V6 da marca japonesa, aqui soprado por dois turbocompressores e capaz de queimar uma gasolina 100% sustentável desenvolvida pela Shell.

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Como híbrido que é, sabe-se que o V6 irá contar com apoio de motores eléctricos, mas desconhece-se quantos e onde estão colocados, ainda que a probabilidade aponte para a montagem algures entre o V6 e a caixa da Xtrac com seis velocidades, ambos em posição central traseira, onde habitualmente está o banco de trás do CR-V. Sabe-se, isso sim, que face à grande energia que é necessário armazenar nas travagens, para no instante seguinte fornecer nas acelerações, a HPD optou por substituir a habitual bateria por um supercapacitador, uma solução similar à que a Lamborghini utilizou no Sián.

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Além deste 2.2 V6 biturbo híbrido que, ao que tudo indica, será a base para a unidade que a Honda vai utilizar no seu IndyCar a partir de 2024, o CR-V Hybrid Racer traz algumas novidades no seu interior, além das semelhanças exteriores com o SUV que o construtor nipónico vende aos seus clientes. A base do chassi é tubular, reforçada na parte inferior por fibra de carbono, com a zona superior composta por elementos decalcados do CR-V, mas em fibra suportados por estruturas tubulares.

Pensado como carro de competição, o Hybrid Racer apresenta inúmeras e generosas entradas de ar, para arrefecer radiadores e travões, bem como uma série de extractores de ar quente, para garantir a necessária ventilação. E além das portas a abrir quase em borboleta, a cobertura traseira e frontal retiram-se para facilitar o acesso à mecânica durante as intervenções nas boxes. O splitter frontal e a imensa asa traseira asseguram que os 800 cv são todos colocados no asfalto, restando apenas esperar que a Honda venha a utilizar os ensinamentos recolhidos para o seu próximo superdesportivo, que necessariamente terá de ser electrificado.