Teresa Mafalda Gonçalves é a nova CEO da SATA. A nomeação para a presidência, que foi anunciada esta terça-feira por José Manuel Bolieiro, chega após a saída de Luís Rodrigues da empresa açoriana para assumir, no final deste mês, a liderança da TAP.

Foi em entrevista à RTP que o presidente do Governo Regional dos Açores disse “em primeira mão” que o convite feito à gestora, que era administradora financeira da SATA desde 2020, após conversa com Luís Rodrigues, foi aceite. “Foquei-me na solução. Defini, imediatamente, um perfil de continuidade neste processo [de privatização da SATA Internacional — Azores Airlines]”, afirmou José Manuel Bolieiro.

Com a saída de Luís Rodrigues (para a TAP) e de Mário Chaves (para liderar a Portugália), Teresa Mafalda Gonçalves era a única administradora executiva da companhia aérea que restava.

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A gestora tinha sido nomeada membro do Conselho Executivo e chief financial officer do Grupo SATA em janeiro de 2020. É pós-graduada em Finanças pela Nova School of Business and Economics, pós- graduada em Concorrência e Regulação pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e licenciada pela Católica Lisbon School of Business and Economics.

Antes de chegar à SATA, Teresa Mafalda Gonçalves foi diretora de Promoção da Concorrência na Autoridade de Mobilidade e Transportes e esteve na Portugal Telecom como diretora de processos de fusões e aquisições. Foi também consultora estratégica de negócios nas empresas Capgemini e Ernest & Young.

Bolieiro “habituado a ser confrontado com todas as dificuldades”

José Manuel Bolieiro afirmou ter sido, na segunda-feira, “confrontado” com a decisão do governo da República de chamar Luís Rodrigues para chefiar a TAP através da “um telefonema do primeiro-ministro“, tendo reagido dizendo “que isso gerava um problema”, mas manifestando também “satisfação pelo percurso realizado” nos Açores.

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“Após o contacto do primeiro-ministro, recebi também o contacto de Luís Rodrigues, dizendo que tinha havido o convite [para ser presidente da TAP] e que tinha colocado condições de ficar [na SATA], no mínimo, até ao fim deste mês”, descreveu.

Questionado sobre as declarações do secretário regional das Finanças, que criticou a “falta de sentido de Estado” do Governo da República, José Manuel Bolieiro recusou o papel de “comentador”. O presidente do Governo Regional dos Açores afirmou ainda acreditar que “não há razões para equívocos” quanto às declarações do secretário regional e do primeiro-ministro, pois “as de um e de outro são confirmativas do que realmente aconteceu”.

Recebi um contacto a informar. Não estava confrontado com uma consulta”, observou.

Sobre uma eventual cláusula no contrato que pudesse travar a saída súbita de Luís Rodrigues, o chefe do governo regional reconheceu que não existia, mas vincou ter-se “habituado a ser confrontado com todas as dificuldades” e a focar-se “nas soluções”.