O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou a taxa de inflação de 8,25% em fevereiro, um abrandamento face a janeiro, sendo mesmo o quarto mês de abrandamento, que aconteceu também em novembro, dezembro e janeiro.
O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) acelerou para uma variação de 7,2% (7% em janeiro), indica ainda o INE. E os preços dos produtos alimentares não transformados subiram 20,1% em fevereiro, o que significa também uma aceleração face aos 18,5% de janeiro.
Inflação em fevereiro volta a abrandar para 8,25%. Produtos alimentares disparam 20%
Segundo os dados do INE, os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas no conjunto dispararam em fevereiro para 21,47%, quando há um ano a taxa estava nos 4,67%. Em fevereiro atingiu o nível mais elevado desde maio de 1990. O que se arrastou para a taxa de inflação dos restaurantes e hotéis que está nos 11,28%, ainda assim um abrandamento face aos 11,62% de janeiro.
Na desagregação de classes, verifica-se, aliás, que os produtos alimentares e bebidas não alcoólicas foram das poucas categorias a aumentar a taxa face a janeiro, o que aconteceu também com as bebidas alcoólicas e tabaco (3,85% em janeiro e 4,28% em fevereiro), nas comunicações (de um valor negativo de 1,02% em janeiro passou para 3,6% — em fevereiro começaram as atualizações de preços dos operadores à taxa de inflação de 2022, de 7,8%, o que aliás já levou a Anacom e o ministro do setor, João Galamba, ao Parlamento), no lazer, recreação e cultura (de 2,68% em janeiro para 4,09% em fevereiro). Nas restantes componentes a taxa de inflação em fevereiro foi menor: aconteceu isso no vestuário e calçado, habitação, água, eletricidade e outros combustíveis, acessórios para lar e manutenção, transportes, educação e bens e serviços diversos). Na saúde houve um agravamento de preços, mas o INE ainda contabiliza um valor negativo.
Foi a tendência de subida nos preços da alimentação que levou o Governo a avançar com pedidos para o reforço de fiscalização da ASAE, admitindo intervir de forma mais profunda no setor. Tal como o Observador noticiou, o Governo está a estudar as medidas que foram aplicadas nos outros países para verificar a sua eventual aplicação em Portugal.
Conforme já se antecipava quando a inflação preliminar foi divulgada, os produtos energéticos estão a subir menos do que nos últimos meses. Segundo o INE, “o agregado relativo aos produtos energéticos diminuiu para 1,9% (7,1% no mês precedente)”. Há um ano estes bens estavam nos 14,98%, tendo atingido uma inflação homóloga de 31,66% em junho.
A variação mensal em fevereiro foi de 0,3% face a janeiro, com o azeite a disparar 22,71% e os produtos hortícolas frescos e frigorificados 10,51%.