O Presidente angolano convidou os empresários japoneses a investirem, sobretudo, no setor agroindustrial do país, garantindo que Angola dispõe esta segunda-feira de um ambiente de “maior transparência, de boa governação”, com “ações claras” de combate à corrupção e impunidade.
Angola está a implementar “importantes reformas visando tornar-se num país cada vez mais aberto ao mundo, sobretudo com um clima de negócios mais acolhedor do investimento privado nacional”, disse esta segunda-feira João Lourenço.
Falando na abertura do Fórum de Negócios Japão — Angola, em Tóquio, assegurou que Angola é um país que respeita a protege a propriedade privada e a sã concorrência entre os agentes económicos e que defende e assegura a melhoria na circulação internacional de capitais, dos rendimentos e dividendos.
“Vamos continuar a aprofundar as reformas iniciadas, sobretudo para promover o desenvolvimento do capital humano nacional e o desenvolvimento socioeconómico do país”, assegurou.
João Lourenço, que se deslocou pela primeira vez ao Japão para uma visita oficial que se estende até quarta-feira, convidou os empresários japoneses a investirem em Angola “nas mais diversas oportunidades de negócios”.
Assinalou a necessidade de os empresários nipónicos investirem nos diversos setores de atividade económica do país lusófono, “para além da extração de petróleo e gás”, particularmente na agropecuária, pescas, indústria, turismo e serviços.
Mas, também, em setores com impacto social como são os casos da saúde e educação, salientou.
“Angola pretende desenvolver todos os setores, mas com maior destaque para o setor agroindustrial, visando aumentar a oferta de emprego, alcançar a autossuficiência de bens no mercado interno de diversificar as exportações”, realçou.
Garantiu igualmente “todo o apoio necessário” às intenções de investimento dos empresários japoneses nos diversos setores da economia angolana.
O reforço das relações bilaterais com a terceira maior economia mundial constitui o mote da vista de João Lourenço ao Japão, onde foi esta segunda-feira mesmo recebido pelo imperador Naruhito.
Segundo o chefe de Estado angolano, a cooperação entre Angola e o Japão tem estado assente numa base de complementaridade com ganhos para ambas as partes e, sobretudo, com a visão de alcançar e reforçar o desenvolvimento económico e social de ambos os países.
“É com base neste clima de cooperação que Angola tem beneficiado do “know-how” e do apoio financeiro do Japão, em diversos domínios quer públicos como privados”, frisou João Lourenço, recordando que Angola vem beneficiando ao longo dos anos, de várias linhas de crédito japoneses para financiar projetos de investimento público.
Os governos de Angola e do Japão, notou, estão a trabalhar “incansavelmente” na negociação de aprovação do Acordo de Proteção Recíproca de Investimentos, instrumento de cooperação que João Lourenço espera ver concluído no decurso da sua visita.
Saudou também as diversas intenções e projetos de investimentos que empresas japonesas têm manifestado interesse em desenvolver em Angola, como a do Grupo Toyota Tsusho, que pretende instalar em Angola uma linha de montagem de veículos e fábrica de peças sobressalentes.
Disse ainda que as instituições financeiras do Japão, como regra, apresentam termos e condições de financiamento “favoráveis, com juros baixos e prazos de reembolso suficientemente largos”, manifestando interesse em trabalhar com as autoridades nipónicas na estruturação de linhas de financiamento com as referidas características.
Para “apoiar o esforço de diversificação da economia nacional no que respeita à expansão e modernização das infraestruturas do país e, também, para potenciar o setor empresarial privado”, apontou.
A presença do financiamento e empresários japoneses em vários projetos de investimento público angolano, como no setor têxtil, na reabilitação do Porto do Namibe, no Projeto Integrado da Baía do Namibe, nas telecomunicações e outros foi também destacada por João Lourenço.
O povo japonês e o povo angolano “que já enfrentaram um período de guerra no passado, partilham diversas características similares, com a capacidade de resiliência para ultrapassar grandes obstáculos”.
“É por este motivo que Angola e o Japão são solidários com todas as soluções de paz que se possam encontrar para os diversos conflitos que hoje se registam em diversos locais do mundo, como é o caso do conflito entre a Rússia e Ucrânia, que colocam em risco a paz e segurança mundiais”, observou.
“O mundo precisa de desenvolvimento e sustentabilidade e de nações que cooperem neste sentido. Tenho a certeza de que a relação de cooperação entre Angola e o Japão representa bem este modelo de relacionamento estável e com foco no desenvolvimento socioeconómico”, rematou o Presidente angolano.