O presidente da Câmara do Porto admite que existiu “uma pequena abordagem” do PSD para que se candidatasse às próximas eleições europeias, que se realizam em 2024. Considerando, porém, que “não devemos falar de convites que nunca foram formulados”, Rui Moreira recorda que o seu mandato só termina em 2025.

Em entrevista à CNN esta sexta-feira, o autarca afirma que abordagem tem sido “muito mais feita pela comunicação social” e por “alguns dirigentes mais do Norte” do que propriamente de Luís Montenegro, líder do PSD. Questionado sobre se gostaria de se candidatar às eleições europeias, o presidente da Câmara do Porto reitera que quer “cumprir o mandato até ao final”, até porque está a “gostar muito deste terceiro mandato”.

Quanto à relação com o primeiro-ministro, António Costa, Rui Moreia diz que é “ótima”, “sincera” e que “não há nenhuma acrimónia” — com os dois a terem jantado juntos há alguns dias. “Há coisas, como a questão da TAP, que eu discordo. Acho que a TAP precisa mesmo de ser privatizada”, disse, para logo acrescentar: “Mas fui o primeiro a elogiar o que foi feito aos transportes”.

É normal que exista entre pessoas diferentes opiniões diferentes”, nota, salientando que o pacote de medidas da habitação apresentando pelo Governo tem “coisas boas e coisas más”, nomeadamente o facto de os municípios não terem sido consultados.

À CNN, o autarca do Porto diz ainda que o flagelo da droga na cidade é um “enorme problema”, com “carros da mais alta cilindrada a comprar” estupefacidentes. “É um problema de tráfego de droga à luz do dia”, acrescenta.

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Questionado sobre se foi uma desilusão perder a maioria absoluta, Rui Moreira diz que encarou essa questão como uma “coisa normal” e recorda a forma como o caso Selminho marcou a sua campanha eleitoral. “Eu começava qualquer debate e o caso Selminho era assunto”, com um “estudo de opinião a mostrar que isso não deixava de pesar”, apesar de o autarca saber que o caso em que era acusado ficaria “arrumado” ou não se teria candidatado novamente à Câmara do Porto.

Note-se que em novembro a Relação do Porto confirmou a absolvição de Rui Moreira, que foi julgado pelo crime de prevaricação, sendo acusado de favorecer a imobiliária da família (Selminho), da qual era sócio, em prejuízo do município do Porto.

Caso Selminho. Tribunal da Relação do Porto confirma absolvição de Rui Moreira