A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou esta quinta-feira que o ciclone Freddy matou 605 pessoas em Moçambique, Malawi e Madagáscar, devendo o número de óbitos aumentar, porque 282 pessoas estão dadas como desaparecidas.

O balanço foi dado pela diretora da OMS para África, Matshidiso Moeti, durante uma conferência de imprensa “online” sobre a situação humanitária provocada pelo ciclone Freddy.

Moeti avançou que o temporal feriu 1.400 pessoas nos três países e destruiu mais de 300 unidades de saúde, “sobrecarregando a capacidade dos sistemas de saúde” dos países afetados.

Escolas, estradas e outras infraestruturas também foram destruídos ou danificados pelo Freddy, acrescentou.

A diretora da OMS para África assinalou que uma extensa área de culturas agrícolas ficou inundada, criando o receio de fome nas comunidades afetadas. No total, prosseguiu, quase 1,4 milhões de pessoas foram afetadas pela passagem do temporal.

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“Temos de aumentar a assistência humanitária para ajudar as populações atingidas a lidar com a emergência e na recuperação”, enfatizou.

O ciclone Freddy provocou surtos de cólera nos países afetados e fez aumentar casos de malária e de outras doenças preveníveis, enfatizou Matshidiso Moeti.

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A OMS, continuou, já disponibilizou oito milhões de dólares (7,3 milhões de euros) para o apoio nos cuidados de saúde às comunidades afetadas pelo ciclone e proporcionou formação ao pessoal médico envolvido nas operações de assistência.

Aquela organização também mobilizou 184 toneladas de material médico e fármacos, no âmbito do apoio de emergência às vítimas do ciclone Freddy.

Aquela responsável notou que o impacto do ciclone foi exacerbado pelos eventos climáticos extremos e agravou a vulnerabilidade das populações.

Freddy é já um dos ciclones de maior duração e trajetória nas últimas décadas, tendo viajado mais de 10 mil quilómetros desde que se formou ao largo do norte da Austrália em 4 de fevereiro e atravessou todo o oceano Índico até à África Austral.

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O ciclone atingiu pela primeira vez a costa oriental de Madagáscar em 21 de fevereiro e regressou à ilha a 5 de março. Em Moçambique, o ciclone, que teve o primeiro impacto a 24 de fevereiro, voltou a tocar terra há duas semanas.