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Uma detenção do Presidente russo no estrangeiro, como contemplado no mandado de captura emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), seria uma “declaração de guerra” a Moscovo, alerta Dmitry Medvedev, antigo Presidente do país, atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e aliado de Putin.

“Imaginem — claramente que uma situação destas não vai acontecer, mas ainda assim — imaginem que acontecia”, diz Medvedev em entrevista a meios russos, citada pela agência TASS, referindo-se a uma possível detenção de Putin. “O líder incumbente de um país na energia nuclear chega à Alemanha e é detido. O que é que isso significa? Uma declaração de guerra contra a Rússia.”

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E, aos olhos de Medvedev, “numa situação dessas, todas as nossas armas estariam viradas para o Bundestag e por aí fora.”

Na mesma entrevista, o político russo diz que as relações entre a Rússia e o Ocidente, “que já eram precárias, estão talvez no seu pior estado agora”. “Até quando Churchill fez o discurso da ‘Cortina de Ferro’ [em março de 1946] as nossas relações eram melhores”, considera o político russo.

Na entrevista houve ainda espaço para criticar os líderes ocidentais. Medvedev classificou os EUA como “o inimigo”, mas realçou que Washington tem tido uma posição “perfeitamente lógica”. Aos olhos de Medvedev, isso contrasta com a postura dos líderes europeus. “O que não consigo compreender é a posição dos líderes europeus, que não são capazes de tomar decisões que beneficiem os europeus. Todas as suas decisões estão a beneficiar ou certos grupos políticos rivais ou os americanos”.

Medveded consida que as nações europeias “já não são sujeitos independentes da lei internacional” e que se tornaram “simplesmente uma fonte financeira [“cash cow”] para os Estados Unidos, às custas dos seus contribuintes.” “Nem sequer estão a fazê-lo por razões ideológicas, mas por estupidez e cobardia.”

Detenção de Putin no estrangeiro seria “declaração de guerra” à Rússia, avisa Medvedev