É uma das vozes que se opôs à guerra na Rússia. Antiga candidata a um lugar na Duma (a câmara baixa do Parlamento russo), Elvira Vikhareva posicionava-se abertamente contra o regime de Vladimir Putin. Nas redes sociais, difundia mensagens e publicava vídeos contra o Kremlin. Esta sexta-feira, o órgão de comunicação social independente SOTA citado pelo Meduza dá conta de que a política foi envenenada com uma substância altamente tóxica, dicromato de potássio.

Elvira Vikhareva começou a sentir-se mal no final de novembro. A política começou a sentir fortes dores de estômago, formigueiro, perda de cabelo e o quadro clínico evoluiu mesmo para convulsões e desmaios. Os médicos ouvidos pelo SOTA descrevem que os sintomas correspondem a um padrão de envenenamento prolongado.

Com o tempo, os sintomas foram desaparecendo, mas regressaram no final de fevereiro. Elvira Vikhareva decidiu então realizar análises clínicas — e estas davam conta de que tinha sido envenenada, tendo chegado a ter 2,3 miligramas de dicromato de potássio no sangue. A dose não foi suficiente para matar a política.

Como resultado do envenenamento, Elvira Vikhareva deixou de fazer vídeos para as redes sociais. A sua aparência acabou por deteriorar-se com o tempo, preferindo ficar sem aparecer.

Para além de se candidatar à câmara baixa do Parlamento russo, Elvira Vikhareva ficou em sexto lugar nas eleições municipais de Maryina Roshcha, em Moscovo.

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