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No 394.º dia de guerra, o ex-Presidente russo Dmitry Medvedev avisou que uma tentativa ucraniana de conquistar a península da Crimeia — território anexado em 2014 — pode levar ao uso de armas nucleares pela Rússia. Já o comandante do exército da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, revelou que a esperada contraofensiva de Kiev aguardada para a primavera vai começar em breve.

Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta sexta-feira:

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente ucraniano condenou o ataque russo que esta sexta-feira atingiu um centro humanitário na cidade de Kostiantynivka, na região de Donetsk. Há registo de pelo menos cinco mortos na sequência da ofensiva das forças russas.
  • O responsável pela defesa contra radiação, produtos químicos e biológicos das Forças Armadas russas, Igor Kirillov, avisou que a utilização de munições de urânio empobrecido pelas Forças Armadas ucranianas causará “danos irreparáveis” à saúde das próprias tropas.
  • Os combates na frente de Avdiivka, na região ucraniana de Donetsk, intensificaram-se bastante nas últimas semanas, instando as autoridades os cerca de 2.000 civis que ainda ali permaneciam a abandonar urgentemente a zona.
  • O chefe da diplomacia da União Europeia defendeu que a relação entre a China e a Rússia tem limites, afirmando que a Europa deve acolher as tentativas de Pequim para se distanciar do aliado. Sobre o mesmo assunto, o Presidente norte-americano disse não estar alarmado com a relação. “Eu não levo a China de ânimo leve. Não levo a Rússia de ânimo leve. Mas acho que a exageramos muito”, apontou.
  • A comissária russa para os Direitos das Crianças disse que 56 menores ucranianos estão nos territórios russos na Crimeia e em Krasnodar Krai em “resorts” à espera de ser reunidas com as suas famílias. Maria Lvova-Belova é alvo de um mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional devido ao envolvimento na deportação forçada de crianças ucranianas.
  • Nenhum país está protegido contra os “ataques hostis” dos Estados Unidos e dos seus aliados da NATO, defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, num artigo publicado no Razvedchik e citado pela agência de notícias TASS.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O líder pró-russo da península ucraniana da Crimeia, Serguey Aksyonov, criou o seu próprio exército privado para combater na Ucrânia com a ajuda do chefe do Grupo paramilitar Wagner.
  • A Dinamarca convidou a operadora russa do Nord Stream 2 para ajudar a identificar o objeto detetado no gasoduto. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já reagiu ao convite. “São, certamente, notícias positivas quando o proprietário do gasoduto é convidado para fazer parte de uma fase muito importante da investigação”, afirmou.
  • O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, defendeu que é necessário ouvir China, um importante aliado da Rússia, para se encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia. O líder espanhol tem marcada uma visita oficial a Pequim no dia 31 de março, uma viagem durante a qual se vai encontrar com o Presidente chinês.
  • Depois de Pedro Sánchez, também a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente francês, Emmanuel Macron, vão à China. A viagem em conjunto acontece na primeira semana de abril, segundo Eric Mamer, porta-voz de von der Leyen, no Twitter.
  • Elvira Vikhareva, uma política de 32 anos que se opõem a Putin e ao envio de soldados russos para a Ucrânia, foi envenenada com dicromato de potássio. De acordo com o órgão independente Meduza, a política, que começou a sentir sintomas no final de novembro, sobreviveu.
  • A Estónia ordenou esta sexta-feira a expulsão de um diplomata russo que trabalhava na embaixada do país em Tallinn por “difundir propaganda” que defendia a invasão da Ucrânia.
  • O Governo da Hungria admitiu que está a atrasar a ratificação da adesão da Suécia à NATO em retaliação a declarações políticas feitas no passado por membros do atual executivo sueco.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, manifestou-se a favor de que Pequim e Bruxelas trabalharem juntos num “consenso estratégico” para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia. Quanto à visita do Presidente Xi Jinping a Moscovo, Wang Yi disse que foi “importante” e uma viagem não só de “cooperação”, mas também de “paz”.
  • Dmitry Medvedev, antigo Presidente russo e vice-presidente do Conselho de Segurança do país, avisou a Ucrânia que, “se for preciso”, a Rússia pode voltar a conquistar Kiev e até Lviv.
  • A Rússia recrutou mercenários de Angola e da Bielorrússia, noticiou o Centro Nacional de Resistência ucraniano. O Kremlin contratou dois mil mercenários bielorrussos e 100 de Angola, estes últimos que já chegaram à Rússia.
  • O comandante do exército da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, revelou que a esperada contraofensiva de Kiev aguardada para a primavera vai começar em breve. O responsável militar sublinhou que os mercenários do Grupo Wagner, que têm combatido na linha da frente — em Bakhmut —, estão a “perder força” e estão a ficar “sem energia”.

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