Na fronteira entre o Chile e a Argentina, perto da Quebrada de Humahuaca e do deserto de sal do Atacama há uma colina com 5 400 metros que é, na verdade, o vulcão El Laco.

Este é conhecido pelo seu magma rico em magnetite, um raro mineral e fonte importante de ferro que é magnético. O El Laco é relativamente recente, com apenas entre dois a três milhões de anos, e a formação das rochas na colina do vulcão, ricas em magnetite, tem suscitado um debate científico nos últimos 60 anos.

Alguns modelos sugerem que a magnetite foi incorporada por água vinda das salinas do deserto que foram aquecidas pela atividade vulcânica e que terão extraído o ferro das rochas vulcânicas para depositá-lo depois à superfície. Outra teoria afirma que o mineral foi transportado por água quente que emergiu do interior do vulcão.

Uma questão em específico tem despertado a atenção da comunidade científica. Se a magnetite se funde apenas a 1590 graus Celsius, como é que se fundiu com o magma se a temperatura máxima registada num vulcão não excede os 1300 graus? Segundo o ABC, a resposta pode estar nas camadas de sal com 40 a 90 milhões de anos armazenadas debaixo do vulcão.

Se elementos como o fósforo e o flúor se juntarem ao ferro, o ponto de fusão baixa até perto dos 700 graus Celsius. Por esta razão, os cientistas pensam que o magma do vulcão, ao ascender na crosta terrestre e já perto da superfície, incorporou o sal, o que facilitaria a fusão da magnetite com o magma vulcânico.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR