Várias manifestações em vários pontos do país estão marcadas para este sábado, tendo como ponto de ordem o direito à Habitação. Sete cidades — Lisboa, Porto, Braga, Coimbra, Aveiro, Viseu e Setúbal — aliaram-se ao protesto, que decorre sob o lema “Casa Para Viver”.
A organização está a cargo de várias organizações, incluindo associações pelo direito habitacional, como Associação de Inquilinos Lisbonenses, a “Habita!”. “Stop Despejos”, “Porta a Porta”, bem como grupos cívicos, ecologistas e ambientais, e associações pelos direitos laborais e das minorias.
Em declarações ao Observador, Rita Silva, porta-voz da “Habita!”, disse estar à espera de uma grande adesão. “As pessoas estão muito desiludidas, não acreditam naquilo que é o pacote de medidas do Governo, estão exaustas, e pararam de ficar em casa a viver os seus problemas isoladamente”
A regulação dos preços das rendas, a suspensão dos despejos e o fim da especulação imobiliária são algumas das principais reivindicações do protesto, que está marcado para as 15h00 deste sábado. O movimento acusa o Governo de não tomar “medidas a sério” e de “ceder” aos interesses do imobiliário com o pacote de medidas para a habitação anunciado pelo executivo.
“O que vimos com a discussão da medida do arrendamento coercivo foi um jogo político do Governo”, considerou Rita Silva, que acusa o executivo de saber de antemão que as medidas anunciadas iriam ser rejeitadas pelos “setores liberais e neo-liberais, [que] não cedem nem um milímetro”, e descreve o pacote como focado sobretudo em atribuir “isenções fiscais ao imobiliário, para o tentar convencer a meter mais casas no mercado com a ilusão de que se vai baixar os preços por causa disso”.
A porta-voz da Habita! referiu mesmo não acreditar que as medidas sigam em frente, e apontou críticas à reação do Presidente da República, defendendo que “o que está referido na Constituição é o direito à Habitação, e não o direito à propriedade”.