A líder de Taiwan vai reunir-se nesta segunda-feira com o primeiro-ministro do Belize, John Briceno, na conclusão de uma visita à América Central, onde Tsai Ing-wen renovou o apoio aos “aliados diplomáticos”.

Tsai chegou às 16h00 (23h00 em Lisboa) de domingo, ao aeroporto internacional da Cidade do Belize, onde foi recebida com honras militares.

Os dois líderes deverão reafirmar a aliança entre os dois países, depois de as Honduras terem rompido, a 26 de março, as relações diplomáticas com Taipé para reconhecerem Pequim.

Honduras abandona Taiwan e estabelece relações diplomáticas com Pequim

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A Guatemala e o Belize são os últimos aliados de Taiwan na América Central, sendo o governo da ilha atualmente reconhecido por 13 países.

Na Guatemala, no domingo, Tsai Ing-wen prometeu que “Taiwan vai continuar a apoiar o desenvolvimento substancial e a longo prazo dos aliados diplomáticos” face às ameaças chinesas, renovando o compromisso de Taiwan com os valores democráticos no cenário mundial.

Na sexta-feira, a líder e o homólogo guatemalteco, Alejandro Giammattei, tinham reafirmado os laços entre os dois países.

Antes de regressar a Taiwan, Tsai tem prevista uma paragem na Califórnia (oeste), onde se poderá encontrar com o presidente da Câmara dos Representantes do Congresso dos Estados Unidos, Kevin McCarthy. As autoridades taiwanesas não confirmaram o encontro. Na quarta-feira, a China ameaçou adotar “contramedidas resolutas”, caso Tsai Ing-wen se reúna com McCarthy.

A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Zhu Fenglian, denunciou em conferência de imprensa o plano de Tsai de fazer escala nos Estados Unidos e exigiu que nenhuma autoridade norte-americana se reúna com ela. “Opomo-nos firmemente a (um encontro) e vamos tomar contramedidas resolutas caso isso aconteça”, disse Zhu.

Os EUA devem “abster-se de organizar visitas durante o trânsito de Tsai Ing-wen e até mesmo o contacto com autoridades norte-americanas, e tomar ações concretas no âmbito do compromisso de não apoiarem a independência de Taiwan”, afirmou a porta-voz.

Antes de partir, Tsai afirmou que “uma Taiwan democrática vai proteger resolutamente os valores da liberdade e da democracia e continuar a ser uma força para o bem no mundo”. “A pressão externa não nos vai impedir de dialogar com o mundo”, afirmou.

Nos últimos anos, as incursões de jatos da Força Aérea chinesa no espaço aéreo de Taiwan intensificaram-se e, depois de a ex-presidente da Câmara dos Representantes norte-americana Nancy Pelosi ter visitado Taiwan na deslocação de mais alto nível de políticos dos EUA à ilha em 25 anos, em agosto passado, Pequim lançou exercícios militares numa escala sem precedentes, que incluíram o lançamento de mísseis e o uso de fogo real.

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China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.

Pequim vê o contacto oficial entre os EUA e Taiwan como um incentivo para tornar permanente a independência de facto da ilha, algo que os líderes dos EUA dizem não apoiar.