O ministro das Finanças português abordou esta quarta-feira com o Presidente de Angola, João Lourenço, o reforço da cooperação entre os dois países, em particular as oportunidades de financiamento.

À saída de um encontro com o chefe de Estado angolano, Fernando Medina explicou que os dois governantes abordaram vários temas da relação económica e financeira, em particular “o financiamento da obra da vila da Muxima”, que inclui restauro de parte da vila da basílica, referiu.

Segundo Fernando Medina, trata-se de um projeto “que tem uma importância grande, certamente para Angola, mas também para todos os crentes em todo o mundo”.

“É um sítio muito importante que, graças a este trabalho entre Angola e com o apoio de Portugal, está a começar a andar, mas ganhou agora as condições da sua viabilidade para a sua concretização”, frisou Fernando Medina, que na terça-feira se deslocou à vila da Muxima para uma visita à obra.

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Na audiência, que reputou “de muito importante, muito franca e muito produtiva”, foi igualmente abordada as oportunidades de investimento definidas pelo Estado angolano, para a diversificação da base económica produtiva de Angola, do reforço das infraestruturas fundamentais.

“E também relativamente ao capital humano, de que forma é que Portugal pode contribuir, através das suas empresas, dos seus instrumentos financeiros, para que mais rapidamente esses projetos estejam ao serviço das populações”, realçou.

De acordo com Fernando Medina, Portugal transmitiu também ao chefe de Estado angolano que foi alargada a linha de crédito de 1,5 mil milhões de euros para dois mil milhões de euros para poder apoiar mais projetos de investimento a realizar aqui em Angola.

O ministro das Finanças português reconheceu a forma como ao longo do tempo Angola tem sabido cuidar da sua credibilidade financeira, algo que “é muito apreciado em Portugal e reconhecido”.

“Quero deixar uma segunda palavra de reconhecimento à forma muito clara como o Governo angolano definiu as suas prioridades, do ponto de vista do que há a fazer no capital humano, nas infraestruturas, na diversificação da base económica e afirmar que faremos com empenho, mas sobretudo com grande gosto das empresas portuguesas e mais ainda do Estado português aquilo que pudermos fazer, que estiver ao nosso alcance para mais rápido possível se possam concretizar os investimentos e os projetos, no fundo servirão o povo angolano”, disse.

O titular da pasta das Finanças de Portugal salientou que esta linha de financiamento é permanente, para ir financiando projetos definidos pelo Estado angolano, sublinhando que as condições de retorno dos financiamentos resultam do entendimento entre o Estado angolano e os bancos financiadores.

“Cada operação tem o seu consócio de financiamento, pode ser o Caixa Geral de Depósitos, pode ser um consórcio de outros bancos, e é nestes contratos específicos que ficam definidas essas condições. Por regra, até agora, estão definidos um prazo de dez anos de condições de reembolso”, disse.

O governante português disse que está a avaliar com a sua homóloga a possibilidade de se alargar o prazo para o que ditam as regras internacionais, que permitem ir até aos 15 anos, “apoiando melhor as condições de reembolso por parte do Estado angolano desses financiamentos”.

O programa de visitas de Fernando Medina prevê para ainda hoje encontros com o ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, Manuel Nunes Júnior, e com o ministro da Economia e Planeamento angolano, Mário Caetano, estando o seu regresso à Portugal previsto na manhã de quinta-feira.