Ainda a lutar pela reconquista da Premier League, nos quartos de final da Liga dos Campeões e sem esquecer a Taça de Inglaterra: o Manchester City entrou em abril e nos últimos dois meses da temporada a discutir ativamente três competições diferentes e não tinha propriamente vontade de deixar cair nenhuma. Para isso, porém, era importante vencer este sábado o lanterna-vermelha Southampton.

E não só pelas próprias contas. Em caso de vitória, o City ficava a cinco pontos da liderança do Arsenal numa jornada em que os gunners vão a Anfield este domingo: ou seja, derrotando o Southampton, sonhando com uma eventual escorregadela dos londrinos contra o Liverpool e não esquecendo que ainda tem um jogo em atraso, a equipa de Pep Guardiola poderia carimbar um fim de semana de Páscoa muito positivo e mesmo na antecâmara da primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões contra o Bayern Munique.

“Se perdermos pontos, o Arsenal será campeão antecipadamente. Se ganharmos, ganharmos, ganharmos, talvez sejamos campeões no fim da temporada. Estamos habituados a isso, não há problema. Não acho que jogar primeiro nos dê vantagem, temos é de ganhar os nossos jogos. Jogar em casa do Southampton sempre foi difícil, é duro e tenho um feeling de que amanhã não será exceção”, explicou o treinador espanhol, antecipando desde logo que Erling Haaland estava recuperado de lesão e era opção para a partida.

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Vindo de três goleadas consecutivas — 7-0 ao RB Leipzig na Liga dos Campeões, 6-0 ao Burnley na Taça, 4-1 ao Liverpool na Premier League –, Guardiola não tirava o pé do acelerador e parecia só poupar Bernardo, que começava no banco. Haaland era desde logo titular, apoiado por Gündoğan e De Bruyne e com Grealish e Mahrez a caírem nas alas, e Rúben Dias também começava de início na defesa. Do outro lado, no nono jogo de Rubén Sellés ao comando do Southampton, os saints apresentavam-se com Walcott, Alcaraz e Sulemana no ataque, sendo que o experiente Stuart Armstrong era suplente.

Tal como Guardiola tinha antecipado e apesar de o Manchester City dominar o jogo em toda a linha — entre posse de bola, remates e precisão de passe –, o Southampton conseguiu manter o nulo praticamente até ao intervalo. Os citizens só abriram o marcador mesmo no último minuto da primeira parte, com o inevitável Haaland a aparecer a cabecear na grande área depois de uma mais uma assistência de De Bruyne na esquerda (45′). 

Guardiola começou a mexer à passagem dos 10 minutos iniciais da segunda parte, lançando Bernardo e Kyle Walker, e o Manchester City conseguiu mesmo aumentar a vantagem ainda antes de estar cumprida uma hora de jogo. Num contra-ataque rápido e com recurso a poucos toques, De Bruyne abriu em Grealish na esquerda e o avançado inglês começou por permitir a defesa de Bazunu para depois marcar na recarga (58′).

O jogo ia sorrindo aos citizens e, 10 minutos depois do golo de Grealish, Haaland bisou com um característico pontapé acrobático após um cruzamento do inglês na esquerda (68′). O avançado já leva 30 golos em 27 jogos na Premier League esta temporada, ou seja, tem mais golos na conta pessoal do que oito equipas inteiras na liga inglesa. Guardiola tirou o norueguês a 20 minutos do fim, Mara ainda reduziu para o Southampton na sequência de um belo lance individual de Djenepo (72′) e Julián Álvarez fechou as contas de grande penalidade (75′).

No fim, o Manchester City venceu o Southampton (1-4), somou a quarta goleada consecutiva e parece estar em formato rolo compressor a dias do reinício da Liga dos Campeões e a menos de um mês de um confronto direto com o Arsenal que pode tornar-se decisivo para as contas da Premier League.