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A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou esta terça-feira que quase 8.500 civis já morreram na Ucrânia desde o início do conflito, em fevereiro de 2022. Mas essa é apenas a “ponta do icebergue”, já que se admite que o número real de vítimas será bem maior – há zonas ocupadas pelos russos e outros locais onde o combate é intenso, pelo que não há dados fidedignos sobre essas regiões.

Este é um dos principais destaques da manhã do 412.º de guerra na Ucrânia, mais um dia em que os alegados documentos secretos continuaram a causar ondas de choque, agora envolvendo o Egito.

O que aconteceu durante a noite:

  • No discurso desta terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky destacou que a Ucrânia está a entrar numa fase crítica da guerra, na qual o país e os aliados não podem perder o norte no caminho para a vitória.
  • A investigação à origem da divulgação de documentos confidenciais norte-americanos pode levar meses, avançou a CNN internacional com base em fontes do Pentágono.
  • Os Estados Unidos da América disseram não terem conhecimento de que o Egito tenha enviado rockets para a Rússia. O Washington Post noticiou esta segunda-feira que o Presidente egípcio teria dado ordens para que 40 mil rockets fossem produzidos e enviados clandestinamente para a Rússia.
  • O ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, anunciou que o país está pronto para voltar a exportar energia, depois de meses de dificuldades no fornecimento na sequência dos bombardeamentos russos.
  • A Ucrânia vai continuar a pressionar o Comité Olímpico Internacional para que os atletas russos não possam participar nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, reafirmou esta terça-feira o ministro do Desporto ucraniano, Vadym Gutzait.

O que aconteceu durante a tarde:

  • O acordo de exportação de cereais através do Mar Negro está num “estado crítico”, alertam os responsáveis ucranianos, que acusam a Rússia de estar a impor entraves à navegação das embarcações de transporte;
  • Um drone explodiu na segunda-feira nas instalações do aeroporto da cidade russa de Belgorod, situada na fronteira com a Ucrânia, anunciaram esta terça-feira as autoridades da Rússia, que não mencionaram, até ao momento, vítimas ou danos materiais;
  • O Ministério da Defesa do Reino Unido alertou hoje que a cobertura noticiosa da fuga de documentos confidenciais dos EUA contém “imprecisões sérias”. Numa mensagem no Twitter, o ministério alertou as pessoas para “terem cuidado e não aceitarem à primeira vista alegações que têm potencial para espalhar desinformação”;
  • Joe Biden confirmou que planeia falar ainda hoje com a família de Evan Gershkovich, o jornalista do Wall Street Journal detido na Rússia e acusado de espionagem;
  • Num vídeo publicado hoje no Telegram, o líder do grupo Wagner declarou que os seus mercenários já controlam 80% da cidade — algo que já foi negado pelo lado ucraniano, que garante que as suas forças “controlam uma muito maior percentagem do território de Bakhmut”;
  • Mais de 11 milhões de ucranianos já atravessaram a fronteira rumo à Polónia desde o início da invasão. Os dados são da representação polaca na União Europeia, que acrescenta que 87% dos refugiados são mulheres ou crianças;
  • O governo alemão prepara-se para transferir um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, que inclui oito drones de reconhecimento, mais de 23 mil munições de 40mm (na sua maioria granadas), e oito sistemas de antenas de comunicação portáteis;
  • A Hungria assinou hoje um novo acordo para continuar a receber energia vinda da Rússia, no mais recente sinal de que o governo de Viktor Orban planeia continuar as suas relações com Moscovo;
  • O homem mais rico da Ucrânia vai processar a Rússia pelo que diz ser a apropriação ilegal dos seus bens nas regiões de Donetsk e Lugansk;
  • A Roménia aprovou hoje a compra de aviões de combate F-35 dos Estados Unidos para fortalecer a sua defesa aérea, no âmbito da invasão russa da vizinha Ucrânia

O que aconteceu durante a manhã:

  • O Egito planeou, “secretamente”, dar 40 mil rockets à Rússia para usar na Ucrânia, dizem os documentos confidenciais cuja divulgação tem concentrado todas as atenções nos últimos dias – embora a sua autenticidade não tenha sido totalmente confirmada oficialmente. Segundo o The Washington Post, o Presidente egípcio Abdel Fattah El-Sisi ordenou que essa artilharia fosse produzida e transportada até à Rússia – apesar de o Egito ser um dos principais aliados dos EUA no Médio-Oriente;
  • Confrontado com as revelações feitas pelos alegados documentos confidenciais, noticiados pelo The Washington Post, fonte oficial do governo do Egito garante que “teve, desde o início, uma posição de não-envolvimento” na guerra na Ucrânia. O embaixador Ahmed Abu Zeid, falando em nome do ministério dos negócios estrangeiros do Egito, sublinhou ao mesmo jornal que “a posição do Egito, desde o início, tem sido de não-envolvimento nesta crise e um empenho na manutenção de uma equidistância relativamente aos dois lados do conflito, reafirmando o apoio do Egito à lei internacional e ao tratado fundador das Nações Unidas”;
  • O The Washington Post também cita um responsável das autoridades norte-americanas que garante que não teve conhecimento de qualquer “execução de um plano” de enviar 40 mil rockets para a Rússia. A informação está num documento datado de 17 de fevereiro, retratando alegadas conversas que o Presidente egípcio teve com outros responsáveis governativos do país. Nessas conversas, o Presidente egípcio terá pedido segredo para evitar “ter problemas” com o Ocidente;
  • A “Ucrânia precisa de receber mais armas”, não precisa que se perca tempo a “olhar para documentos vazados”, defende um dos mais proeminentes conselheiros de Zelensky, Mykhailo Podolyak. “Precisamos de menos tempo perdido a contemplar ‘documentos vazados’ e mais armas de longo alcance, para conseguirmos vencer esta guerra e obrigar a Federação Russa a enfrentar a realidade”, terminou o conselheiro do gabinete do Presidente ucraniano, numa publicação no Twitter;
  • O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) tinha admitido que a Rússia pedisse um cessar-fogo para atrasar a contraofensiva ucraniana mas a imprensa russa descarta essa hipótese. A Páscoa ortodoxa celebra-se, este ano, no domingo 16 de abril;
  • O mesmo ISW assinalou nas últimas horas que a Rússia continua a ganhar terreno em Bakhmut, mas está a sofrer “baixas significativas” para o conseguir. Estão a ser “decapitados” os soldados ucranianos derrotados na batalha por Bakhmut, acrescenta o ISW;
  • O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, aterrou esta terça-feira no Canadá para uma visita oficial onde vai pedir às autoridades canadianas o envio de mais munições e veículos de guerra. No Twitter, Shmyhal considerou o Canadá um “país amigo” e revelou que irá reunir-se com o chefe do governo, Justin Trudeau, para preparar acordos que “fortaleçam a estabilidade financeira e económica” da Ucrânia. “Estamos a trabalhar pela vitória”, referiu;
  • O Organização das Nações Unidas conta 8.500 civis mortos na guerra na Ucrânia – um registo que diz respeito apenas às mortes confirmadas e não inclui outras perdas que possam não ter sido, ainda, contabilizadas (desde logo em zonas ocupadas pela Rússia). Desde o início da guerra terão morrido, oficialmente, 8.490 pessoas civis na Ucrânia, ao que se juntam 14.244 feridos. Mas esta é apenas “a ponta do icebergue”, diz a ONU num relatório divulgado esta terça-feira;
  • Depois de se controlar a inflação, “provavelmente” as tendências desinflacionistas que existiam no mundo antes da pandemia irão voltar, acredita o FMI. Mas nem todos os economistas concordam.

FMI acredita que, uma vez controlada a inflação, as taxas de juro vão voltar para “perto” dos níveis pré-Covid

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