A Mercedes continua a demonstrar o potencial do AMG One em pista, apesar deste que é o modelo mais sofisticado, complexo e potente do construtor alemão estar homologado para circular na via pública, podendo ser utilizado para ir às compras (se forem poucas) ou levar as crianças à escola (apenas uma de cada vez). A incursão pela pista italiana de Monza deste hiperdesportivo serviu ainda para a Mercedes se voltar a “vingar” da rival Porsche, que acusou no passado de ser demasiado criativa quando recorreu a um kit de uma empresa exterior para bater, com o 911 GT2 RS Manthey Racing, o tempo alcançado no Nürburgring pelo AMG GT Black Series.
1:43,902 minutes. We're celebrating a new record on the Monza track! #ONEandOnly
[WLTP: Kraftstoffverbrauch gewichtet, kombiniert: 9,9 l/100 km | CO₂-Emissionen gewichtet, kombiniert: 223,4 g/km | Stromverbrauch gewichtet, kombiniert: 49,8 kWh/100 km | https://t.co/1hjefj6xrW] pic.twitter.com/qYcxOJ5pyN
— Mercedes-AMG (@MercedesAMG) April 3, 2023
Ao ter registado um tempo por volta nos 20,8 km do Nürburgring de 6 minutos e 35,183 segundos, o AMG One bateu o 911 GT2 RS Manthey Racing (6.43,300), o Mercedes AMG GT Black Series (6.48,047) e o Porsche 911 GT2 RS (6.49,328). Isto permitiu ao hiperdesportivo da Mercedes chamar a si o novo recorde no exigente traçado do circuito alemão, deixando para trás todos os restantes modelos mais desportivos produzidos em série, mesmo que reduzida.
Depois de impor os seus pergaminhos em Nürburgring, o Mercedes-AMG One rumou a Monza, o mítico circuito italiano. Aí, o hiperdesportivo alemão, com Maro René Engel ao volante, rodou em 1.43,902, um valor muito interessante (duplamente). Por um lado, porque como não há muitos desportivos de série a tentar registar em Monza um recorde, é preciso recordar o momento em que o Ferrari LaFerrari (1.59,00) fixou um tempo por volta 15 segundos mais lento. Por outro, porque o recorde do Mercedes-AMG One em Monza serviu igualmente para provar que o One bateu em 12 segundos, num circuito muito mais curto do que Nürburgring, o Porsche 911 GT3 RS (1.55,300). Tão importante quanto isso, o AMG One, que a Mercedes tinha prometido ser tão rápido quanto um F1 em determinadas condições, provou, para já, que é mais rápido do que os carros de competição LMP3 como o Nissan GT-R (1.52,590), obviamente equipado com pneus slicks de competição, e não com os pneus de estrada utilizados pelo One.
AMG One, um monstro com 5 motores e 1063 cv
O AMG One, de que apenas vão ser construídos 275 exemplares, todos vendidos por um valor que, antes de impostos, ronda os 2,75 milhões de euros, é um veículo tão impressionante quanto o seu preço. A um chassi e carroçaria integralmente construídos em fibra de carbono, que mais o fazem parecer um carro de competição, o AMG One alia uma mecânica similar à dos F1 actuais, com um 1.6 V6 sobrealimentado como motor principal, só que com potência reduzida para aumentar a resistência, com os 700 cv a sofrer um downsizing para 574 cv.
Contudo, a potência do motor de combustão é reforçada pela presença de quatro motores eléctricos, dois deles idênticos aos utilizados pelos F1, um para acelerar o turbocompressor (para evitar o atraso na resposta ao acelerador) e o segundo para recarregar a bateria (com uma capacidade de 8,4 kWh) durante as desacelerações e travagens, além de reforçar a potência total. Os outros dois motores, ambos com 163 cv, estão montados no eixo dianteiro, cada um associado à sua roda. O objectivo é somar os 489 cv destas três unidades eléctricas aos 574 cv do motor de combustão, fazendo assim disparar a potência total para 1063 cv, pelo menos enquanto a bateria tiver energia, acumulador esse que, se estiver carregado, garante conseguir percorrer 18,1 km em modo 100% eléctrico, recorrendo exclusivamente aos dois motores eléctricos do eixo dianteiro.