A Mercedes continua a demonstrar o potencial do AMG One em pista, apesar deste que é o modelo mais sofisticado, complexo e potente do construtor alemão estar homologado para circular na via pública, podendo ser utilizado para ir às compras (se forem poucas) ou levar as crianças à escola (apenas uma de cada vez). A incursão pela pista italiana de Monza deste hiperdesportivo serviu ainda para a Mercedes se voltar a “vingar” da rival Porsche, que acusou no passado de ser demasiado criativa quando recorreu a um kit de uma empresa exterior para bater, com o 911 GT2 RS Manthey Racing, o tempo alcançado no Nürburgring pelo AMG GT Black Series.

Ao ter registado um tempo por volta nos 20,8 km do Nürburgring de 6 minutos e 35,183 segundos, o AMG One bateu o 911 GT2 RS Manthey Racing (6.43,300), o Mercedes AMG GT Black Series (6.48,047) e o Porsche 911 GT2 RS (6.49,328). Isto permitiu ao hiperdesportivo da Mercedes chamar a si o novo recorde no exigente traçado do circuito alemão, deixando para trás todos os restantes modelos mais desportivos produzidos em série, mesmo que reduzida.

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Depois de impor os seus pergaminhos em Nürburgring, o Mercedes-AMG One rumou a Monza, o mítico circuito italiano. Aí, o hiperdesportivo alemão, com Maro René Engel ao volante, rodou em 1.43,902, um valor muito interessante (duplamente). Por um lado, porque como não há muitos desportivos de série a tentar registar em Monza um recorde, é preciso recordar o momento em que o Ferrari LaFerrari (1.59,00) fixou um tempo por volta 15 segundos mais lento. Por outro, porque o recorde do Mercedes-AMG One em Monza serviu igualmente para provar que o One bateu em 12 segundos, num circuito muito mais curto do que Nürburgring, o Porsche 911 GT3 RS (1.55,300). Tão importante quanto isso, o AMG One, que a Mercedes tinha prometido ser tão rápido quanto um F1 em determinadas condições, provou, para já, que é mais rápido do que os carros de competição LMP3 como o Nissan GT-R (1.52,590), obviamente equipado com pneus slicks de competição, e não com os pneus de estrada utilizados pelo One.

AMG One, um monstro com 5 motores e 1063 cv

O AMG One, de que apenas vão ser construídos 275 exemplares, todos vendidos por um valor que, antes de impostos, ronda os 2,75 milhões de euros, é um veículo tão impressionante quanto o seu preço. A um chassi e carroçaria integralmente construídos em fibra de carbono, que mais o fazem parecer um carro de competição, o AMG One alia uma mecânica similar à dos F1 actuais, com um 1.6 V6 sobrealimentado como motor principal, só que com potência reduzida para aumentar a resistência, com os 700 cv a sofrer um downsizing para 574 cv.

Mercedes-AMG One esmaga Porsche no Nürburgring

Contudo, a potência do motor de combustão é reforçada pela presença de quatro motores eléctricos, dois deles idênticos aos utilizados pelos F1, um para acelerar o turbocompressor (para evitar o atraso na resposta ao acelerador) e o segundo para recarregar a bateria (com uma capacidade de 8,4 kWh) durante as desacelerações e travagens, além de reforçar a potência total. Os outros dois motores, ambos com 163 cv, estão montados no eixo dianteiro, cada um associado à sua roda. O objectivo é somar os 489 cv destas três unidades eléctricas aos 574 cv do motor de combustão, fazendo assim disparar a potência total para 1063 cv, pelo menos enquanto a bateria tiver energia, acumulador esse que, se estiver carregado, garante conseguir percorrer 18,1 km em modo 100% eléctrico, recorrendo exclusivamente aos dois motores eléctricos do eixo dianteiro.