O presidente do PSD diz-se “pronto hoje” para ser primeiro-ministro, em declarações que surgem depois do Presidente da República ter vindo pôr novamente afirmar que a oposição a ainda não é “uma alternativa política”. É um dos pontos que Marcelo tem vindo a elencar para afastar a possibilidade de dissolver a Assembleia da República, a par da conjuntura de crise económica e a necessidade de não interromper a execução dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.
Mas por seu lado, Luís Montenegro garante estar preparado para liderar essa alternativa. “O PSD assegura aos portugueses e também ao Presidente da República que é a alternativa ao Governo e ao PS e está pronto para assumir todas as consequências da alternativa quando for oportuno”. À chegada da tomada de posse dos órgãos sociais da CIP, no Centro de Congressos de Lisboa, Montenegro desviou-se das perguntas sobre a nova afirmação de Marcelo sobre o estado da oposição, evitando o confronto, no entanto, trazia três recados alinhados.
Além de dizer a Marcelo que está “pronto” para substituir António Costa, Luís Montenegro vincou que o seu partido “é a oposição ao PS e ao Governo e só ao PS e ao Governo” e também que “o PSD e o seu líder não estão no bolso de ninguém”, garantindo “total independência” na sua “ação política”.
Marcelo diz que “não faz sentido” dissolver AR neste momento e arrasa reunião “secreta” sobre a TAP
Esta segunda-feira, o Presidente da República afirmou que não está “no bolso da oposição, nem no bolso do Governo”. E afastou a hipótese de antecipar eleições: “Independentemente do que o Governo e a oposição pensarem, não faz sentido [a dissolução]. É fazer as contas, uma eleição significa quatro meses de paragem.” Apesar disso, diz esperar que o Governo governe “melhor e mais depressa”.
Montenegro diz que aguardará por 2026, mas diz a Marcelo que se o Presidente “suscitar eleições antes de 2026” o PSD “está pronto hoje para tudo o que for necessário para dar ao país futuro e esperança”.
Ainda atirou críticas à ação do Governo na TAP, a propósito das revelações vindas a público na semana passada, durante a comissão de inquérito ao caso de Alexandra Reis. Montenegro tem acompanhado os trabalhos e resume o que viu e ouviu a “uma vergonha”, referindo-se sobretudo “à forma como os membros do Governo interferem e têm ingerência direta” nas empresas públicas.