A Sonae falhou o objetivo de ficar, na Oferta Pública de Aquisição, com mais de 90% da Sonaecom e, como tal, não consegue a meta para tirar a empresa de bolsa. Na OPA só conseguiu comprar 0,152% ou seja 474,2 mil ações.

Assim, no final da oferta ficou com 88,837% da Sonaecom e, como tal, sem os 90% necessários para conseguir lançar a oferta potestativa, que obriga os minoritários a vender. A CMVM tomou duas decisões que acabaram por ditar este desfecho. A primeira indicou que a Sonae não podia contabilizar as ações próprias da Sonaecom para aferir a quantidade de capital detido.

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A segundo foi a decisão da CMVM de determinar que as ações próprias da Sonaecom não podiam ser vendidas à oferente, o que determinava que a Sonae tinha de adquirir pelo menos 4.094.746 ações correspondentes a 1,315% do capital social na oferta voluntária para atingir o limiar dos 90%. Ficou muito longe disso.

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Só comprou 474.239 ações, ou seja, 0,152%. O objetivo de conseguir os 90% para assim tirar a Sonaecom de bolsa não era no entanto um critério de eficácia. Na altura do registo, a Sonae renunciou à condição que tinha estabelecido para a eficácia da oferta que conseguisse os 90% dos direitos de voto. Assim, ao renunciar à condição, a Sonae compra “todas as ações relativamente às quais os seus titulares transmitam ordem de venda, mesmo que não venha a adquirir aquela percentagem”. A OPA vai para a frente.

Fonte: EUronext

“Considerámos que a melhor solução para todas as partes seria a saída da Sonaecom da bolsa de valores. Por isso, fizemos uma oferta pública voluntária a um preço que a própria CMVM considerou justo, com o objetivo de dar uma oportunidade aos acionistas minoritários de venderem as suas participações por um valor muito superior ao da cotação da ação nos últimos anos. Fizemos o que nos competia e respeitamos a decisão dos acionistas que preferiram manter as suas ações. Reiteramos que estamos tranquilos com este resultado e confiantes no futuro da Sonaecom, que continuará a implementar a sua estratégia e a investir no seu desenvolvimento, com foco nos sectores de telecomunicações, tecnologia e na procura de novas áreas de crescimento”, realça, em declarações escritas ao Observador, fonte oficial da Sonae.

Tal como o Observador tinha noticiado, muitos dos acionistas minoritários estavam a recusar vender as ações a 2,5 euros por cada título, por considerarem que a soma das partes da Sonaecom não estava a ser contabilizada, considerando que o preço não era justo. A Sonae sempre manteve o preço e disse mesmo que não o alterava, pois considerava que era o acertado.

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Esta já não é a primeira vez que a Sonae tenta tirar a Sonaecom de bolsa. A primeira vez que lançou OPA sobre a participada também não foi bem sucedida. Agora fica um ano sem poder lançar nova oferta de aquisição.