As cerca de 100 pessoas retiradas por Espanha do Sudão, incluindo uma portuguesa, chegaram esta segunda-feira a Madrid, numa avião militar, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, numa publicação na rede social Twitter.

O avião aterrou na base militar de Torrejón de Ardoz, na região de Madrid, por volta das 11h20 locais (10h20 em Lisboa).

Espanha anunciou no domingo à noite que tinha conseguido retirar por via aérea cerca de uma centena de pessoas do Sudão, incluindo umas portuguesa, no âmbito do movimento de saída de cidadãos estrangeiros e pessoal diplomático do país africano por causa de confrontos violentos há mais de uma semana.

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O avião militar espanhol descolou de Cartum pouco antes das 23h00 locais (22h00 em Lisboa) de domingo “com cerca de uma centena de passageiros”, referiu o Governo espanhol num comunicado, e fez uma escala no Djibuti.

Além de espanhóis, entre os passageiros há uma portuguesa, italianos, polacos, irlandeses, mexicanos, venezuelanos, colombianos e argentinos, bem como sudaneses, detalharam fontes do Ministério da Defesa espanhol.

José Manuel Albares disse esta segunda-feira de manhã, numa entrevista à rádio pública espanhola (RTVE), que esta foi uma “operação extremamente delicada”, por ocorrer no meio de “um conflito bélico”, mas que acabou por decorrer sem incidentes.

Segundo o MNE espanhol, o mais complicado foi reagrupar as pessoas que queriam sair do Sudão dentro desta operação e afirmou que no grupo que chegou esta segunda-feira a Madrid está todo o pessoal diplomático de Espanha no país africano.

“Neste contexto bélico, que esperamos que seja breve, não há relações diplomáticas possíveis”, afirmou.

O MNE português, João Gomes Cravinho, disse esta segunda-feira que 11 portugueses foram retirados do Sudão nesta operação organizada por Espanha.

Segundo Gomes Cravinho, dos 22 portugueses que o Governo sinalizou no Sudão, 21 “estão fora da situação de maior perigo” e a caminho de Portugal e um quis permanecer naquele país.

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Gomes Cravinho esclareceu que há várias missões de retirada de pessoas do Sudão, dentro das quais estão a sair os cidadãos portugueses.

“Não é uma coordenação da União Europeia, há uma coordenação muito próxima, minha e da senhora ministra da Defesa com aliados, muito em particular a França e Espanha”, disse.

“Estamos a ver se faz sentido enviar um meio da Força Aérea Portuguesa ou se, pelo contrário, é possível virem com outros aviões de aliados para sítios mais próximos e aí a força aérea ir buscá-los”, acrescentou.

Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhan, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Noticia corrigida às 16h55, com a informação de que só chegou a Madrid  uma portuguesa.