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Nos Estados Unidos, Jack Teixeira, militar de 22 anos acusado de divulgar documentos confidenciais sobre a guerra, deverá ser ouvido esta quinta-feira em tribunal. Os advogados do Departamento de Justiça instaram o juiz a manter o jovem detido enquanto aguarda julgamento, argumentando que este pode ainda ter em sua posse informações confidenciais não-divulgadas.

Os procuradores levantaram ainda preocupação com o histórico de ameaças feitas pelo lusodescendente. Em documentos judiciais, afirmam que o histórico de pesquisas de Teixeira na internet revelava um interesse por tiroteios em massa, e sublinham que o militar fazia “regularmente comentários sobre violência e assassinatos”, tendo inclusive falado em “matar uma tonelada de pessoas” porque isso seria “abater os de mente fraca”.

O dia trouxe ainda novos desenvolvimentos no que diz respeito ao apoio militar à Ucrânia. De acordo com o presidente do Comité Militar da NATO, bem como do secretário-geral da aliança atlântica, Jens Stoltenberg, “mais de 98%” de todos os veículos de combate que os aliados ocidentais prometeram entregar já chegaram à Ucrânia. Ainda assim, Kiev quer mais, e continua a insistir na entrega de caças F-16 norte-americanos.

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Kremlin demite o vice-ministro da Defesa, conhecido como “carniceiro de Mariupol”

Veja aqui um resumo dos outros acontecimentos que marcam este, o 427.º dia da invasão:

O que se passou durante a tarde?

  • O Kremlin demitiu o vice-ministro da Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, conhecido como o “carniceiro de Mariupol”. Mizintsev estava no cargo há sete meses;
  • A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, garantiu que Moscovo quer evitar uma escalada e o eventual uso de armas nucleares. Ainda assim, Maria Zakharova deixou um aviso: “Não recomendo que duvidem da nossa determinação e que a coloquem à prova na prática”;
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia rejeitou um pedido da Embaixada norte-americana, que pretendia fazer uma visita consular ao jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich;
  • “Humor militar”. Foi assim que Yevgeny Prigozhin descreveu a “brincadeira” segundo a qual disse que os mercenários do grupo Wagner  cessariam fogo (temporariamente) em Bakhmut para permitir que as forças ucranianas do outro lado da linha da frente conseguissem mostrar a região a jornalistas norte-americanos.
  • As forças de segurança da Ucrânia afirmaram ter intercetado um telefonema em que um soldado russo admite ter morto prisioneiros de guerra.
  • Putin expressou o seu apoio ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que enfrenta em maio próximo eleições presidenciais e legislativas difíceis, classificando-o como um líder de “objetivos ambiciosos”.
  • A Agência Internacional de Energia atómica conseguiu proceder à rotatividade da sua equipa destacada na central nuclear de Zaporíjia.
  • As forças russas destruíram uma ponte na região de Chernigov, cortando o acesso a uma vila local.
  • O Conselho da Europa votou favoravelmente uma declaração a considerar a deportação forçada de crianças ucranianas para a Rússia como “genocídio”.
  • Estados Unidos anunciaram novas sanções direcionadas aos serviços de segurança da Rússia pelo seu envolvimento na detenção de cidadãos norte-americanos, que Washington considera ser ilegal.
  • O Brasil vai analisar a possível extradição de um suposto espião russo detido no país e procurado pela justiça norte-americana.
  • Uma empresa no Reino Unido foi registada em nome de um dos aliados políticos de Vladimir Putin na Ucrânia.
  • Putin vai criar museus que incluam os principais momentos da invasão russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
    Jack Teixeira, suspeito de uma das maiores fugas de informação do Pentágono na última década, ficará sob custódia das autoridades até que o juiz emita uma decisão final sobre a sua situação até julgamento.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, disse que a China “pode dar um contributo para a paz”, lamentando que Pequim tenha demorado 15 meses para contactar as autoridades ucranianas enquanto apenas falou “com o agressor”.
  • Rússia ameaçou vetar, na ONU, ajuda transfronteiriça que permite o fornecimento de ajuda humanitária aos últimos redutos rebeldes no noroeste sírio e do qual dependem cerca de quatro milhões de pessoas.
  • A Rússia deportará os habitantes das quatro regiões ucranianas anexadas em setembro de 2022, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, se não adotarem a nacionalidade russa.

O que se passou durante a manhã?

  • Pelo menos uma pessoa morreu e 23 ficaram feridas após um bombardeamento russo ter atingido esta madrugada a cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, revelou o governador da região, Vitali Kim;
  • A região de Zaporíjia registou 83 ataques russos no último dia. O líder da autoridade militar regional, Yurii Malashko, explicou no Telegram que os ataques visaram “cidades e aldeias pacíficas”. Dois homens, com 44 e 47 anos, morreram;
  • O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyal, foi esta quinta-feira recebido pelo Papa Francisco no Vaticano. Shmyal pediu ajuda ao líder da Igreja Católica para repartriar as crianças que foram levadas para território russo ou ocupado pelos russos desde o início da guerra;
  • Volodymyr Zelensky garantiu que o homólogo chinês deu “palavras de apoio” ao acordo para exportar cereais pelo Mar Negro, bem como à “sua extensão”, na conversa telefónica entre ambos na quarta-feira;
  • O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, esteve com o homólogo turco, Recep Tayyip Erdoğan, antes da inauguração do primeiro reator de energia nuclear da Turquia;
  • O porta-voz do Kremlin considerou que as relações com os países europeus estão “no nível mais baixo possível”, depois de países como Moldávia, Suécia e Noruega terem expulso diplomatas russos.