Nas linhas de montagem das fábricas de automóveis modernas, há muito que os robôs começaram a substituir os seres humanos, uma vez que as máquinas conseguem movimentar pesos superiores, soldar com mais precisão e um maior número de vezes por minuto, além de aparafusar mais rapidamente e com o desejado torque todo o tipo de peças, inclusivamente as maiores e mais volumosas, poupando os humanos a posições de trabalho menos ergonómicas. Em áreas como a pintura, os robôs pouparam os funcionários de carne e osso a ambientes em que a qualidade do ar é questionável, mas o controlo de qualidade final da pintura, folgas e acabamentos sempre foi realizado por homens e mulheres. O que já não acontece na fábrica da BMW, em Regensburg, Alemanha.

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Nestas instalações fabris do construtor germânico, de onde saem os Série 1, X1 e X2, o batalhão de técnicos de olhar treinado e apurado, capaz de detectar a mais ínfima imperfeição na superfície do modelo, foi substituído por quatro robôs que procuram os defeitos. O processo passa por um primeiro grupo de robôs que projecta sobre o veículo um conjunto de linhas verticais e horizontais, as quais permitem que depois umas câmaras identifiquem a mínima descontinuidade no reflexo, registando o ponto exacto em que a imperfeição está localizada.

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Depois de apontado o problema por este conjunto inicial de máquinas, o veículo avança para uma nova área de trabalho onde surgem outros robôs com cabeças múltiplas, capazes de instantaneamente aplicar diversos tipos de polimentos que anulem o problema. Esta segunda zona de trabalho está igualmente equipada com câmaras que verificam a qualidade do trabalho de reparação.

A BMW afirma que o desempenho deste tipo máquinas melhorou consideravelmente com o recurso à Inteligência Artificial (AI, na sigla em inglês), reduzindo o tempo da operação e incrementando a capacidade de detectar defeitos cada vez mais pequenos. A satisfação com o novo equipamento automático de controlo de qualidade com AI é tal que a marca bávara pensa já alargar o número de fábricas que recorrem a esta solução, para além de Regensburg.

Contudo, nem tudo é perfeito para o fabricante alemão. Apesar de recorrer à AI, a BMW reconhece que há pontos específicos em que os robôs ainda não conseguem assegurar o mesmo nível de desempenho dos humanos. A marca refere como exemplo as arestas da carroçaria, ou as proximidades das junções de painéis, onde o sistema de linhas projectadas sobre a carroçaria não funciona com o mesmo rigor. Isto leva-a a manter ainda alguns técnicos de carne e osso, o que acontece num período em que abundam as preocupações em relação à possibilidade – aqui confirmada – de a AI permitir que mais robôs consigam roubar postos de trabalho aos humanos.