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A Ucrânia tem dúvidas de que a alegada falta de armas do grupo Wagner seja real. De acordo com um comandante ucraniano na região de Bakhmut, os bombardeamentos constantes não oferecem qualquer evidência de que o grupo mercenário esteja mesmo a passar por uma escassez de armamento.

“O inimigo está a tentar levar a cabo estes ataques 24/7. Não notámos que eles tivessem falta de armamento como dizem. Acho que é o oposto – a intensidade dos bombardeamentos só tem aumentado”, disse o comandante Ihor Shepetin numa entrevista à televisão ucraniana, citado pela CNN Internacional.

Yevgeny Prigozhin tem criticado repetidamente o Kremlin, que acusa de não fornecer armas ao grupo Wagner para as operações na Ucrânia. Recentemente, o líder da organização chegou a dizer que ia retirar as suas tropas de Bakhmut esta semana – posição que veio a abandonar depois de, no domingo, o Kremlin ter acordado o fornecimento de mais armas.

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Shepetin disse não acreditar nos comunicados de Prigozhin, que considera uma tentativa de “ludibriar” o exército ucraniano. “Creio que o inimigo já está desesperado. Está a usar todos os meios ao seu dispor para para tentar empurrar as nossas forças de defesa para fora de Bakhmut. Mas o inimigo não está a ser bem sucedido, e não vai ser bem sucedido”. O militar ucraniano acrescentou ainda que as tropas na cidade não estão em risco de ser cercadas (ainda que admita que as forças de Kiev estejam a atravessar “alguns problemas logísticos”).

A visão de Shepetin foi corroborada pelo porta-voz do comando de leste das Forças Armadas da Ucrânia. “Os russos não estão com falta de munições. Não é de todo verdade”, disse Serhii Cherevaty numa outra entrevista. O porta-voz afirmou que, só nas últimas 24 horas, as posições ucranianas tinham sido bombardeadas  mais de 400 vezes, com as forças russas a usar em média “mais de 25.000 munições por dia” em Bakhmut, Lyman e Kupyansk.

Para o comando de leste, a falta de munições não é mais do que uma desculpa para esconder o verdadeiro problema: o alto número de baixas do grupo Wagner (a Ucrânia fala em 20.000 mortos só em Bakhmut). “[Prigozhin] inventa estas baboseiras sobre a crise de munições. No entanto, o seu principal problema é a constante aniquilação de pessoal pelas nossas forças. E assim, ele é incapaz de renovar o seu pessoal porque não consegue recrutar pessoas das prisões”, defendeu Cherevaty.

Prigozhin diz que ainda não viu novas munições “pessoalmente” e diz que prosseguem combates intensos em Bakhmut