As forças de segurança de Macau negaram esta terça-feira terem perseguido um ativista laboral, que retirou um pedido para organizar o que teria sido o primeiro protesto na região chinesa em mais de três anos.
O presidente da Associação dos Armadores de Ferro e Aço, Wong Wai Man, disse ao portal noticioso local All About Macau na semana passada que tinha sido pressionado pela polícia a desistir de uma manifestação prevista para o 1.º de Maio.
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O antigo candidato a deputado disse que tinha recebido telefonemas com ameaças e seguido por agentes policiais vestidos à paisana, que o tinham “obrigado a violar os limites de velocidade” enquanto conduzia.
Face às acusações, o secretário para a Segurança Wong Sio Chak disse na segunda-feira que tinha pedido à Polícia Judiciária (PJ) de Macau “para proceder a uma investigação aprofundada”.
Numa conferência de imprensa realizada esta terça-feira, o porta-voz da PJ, Chan Wun Man, descreveu as acusações de Wong Wai Man como falsas, sem fundamentos e “baseadas em simples especulação subjetiva”.
Chan disse que, “após uma investigação aprofundada”, que incluiu o visionamento das imagens captadas por câmaras de vigilância junto à sede da associação, não foram encontradas provas de que o ativista estava a ser seguido e vigiado.
O porta-voz da PJ defendeu que Wong Wai Man decidiu, “de forma voluntária”, retirar o pedido para organizar a manifestação, durante um interrogatório policial que durou cerca de quatro horas.
Chan disse que o ativista demonstrou “receio de que o seu direito a protestar pudesse ser explorado por outros” e “colocou os interesses gerais da sociedade em primeiro lugar”.
A PJ confirmou que Wong Wai Man foi multado por excesso de velocidade, mas garantiu que essa operação policial “decorreu de acordo e em respeito pela lei”.
Durante a conferência de imprensa, foram revelados dados oficiais da Polícia de Segurança Pública de Macau, de acordo com os quais, desde 1 de janeiro, o ativista recebeu 15 multas por estacionamento e uma por excesso de velocidade. Entre 2018 e o final de 2022, Wong Wai Wan recebeu 116 multas.
A PJ revelou também que o ativista foi ligado a uma investigação, lançada em 2018, por suspeitas de jogo ilegal e de operar um espaço de jogo ilegal, no norte de Macau.
No entanto, Chan Wun Man admitiu que, apesar de denúncias e quatro operações policiais, não foram encontradas provas de jogo ilegal no local.
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Na segunda-feira, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, garantiu que “os direitos e interesses legais são protegidos pela lei, e a polícia tem sempre respeitado os direitos de reunião e manifestação”.
Desde o início da pandemia que as forças de seguranças de Macau se têm recusado a aprovar o percurso de qualquer manifestação, invocando razões de “ordem e segurança pública” ou de saúde pública.