O Grupo Wagner não vai retirar já de Bakhmut, onde luta pela Rússia, e vai esperar mais uns dias pela prometida munição. Yevgeny Prigozhin tinha ameaçado deixar a cidade ucraniana, palco dos confrontos mais violentos do momento, por não ter munição suficiente para o seu grupo de mercenários continuar a lutar. No entanto, segunda-feira disse que tinha tido luz verde do Kremlin de que o abastecimento ia chegar. Um dia depois diz que foi enganado.
Segundo o seu relato em vídeo na rede social Telegram, Prigozhin foi “enganado” pelo Kremlin e, além disso, ameaçado: poderá ser considerado um traidor da pátria.
Yevgeny Prigozhin disse ter sido informado de que ele e os seus mercenários seriam considerados “traidores” se abandonassem as suas posições. “Ontem chegou uma ordem de combate que afirmava claramente que, se deixarmos as nossas posições, isso será considerado traição contra a pátria. Essa foi a mensagem.”
A mensagem foi remetida pelo Ministério da Defesa russo, segundo o líder dos mercenários.
Apesar disso, voltou a queixar-se da falta de munição, o motivo que o levou a dizer que se preparava para abandonar Bakhmut. “Se não houver munição, deixaremos as nossas posições e seremos nós aqueles que perguntam quem realmente está a trair a pátria”, disse Prigozhin, considerando que quem trai a Rússia é a pessoa que a assinou a ordem para fornecer pouca munição.
Apesar de tudo, o Grupo Wagner continuará mais uns dias à espera de munição apesar de considerar que foi enganado. “Deram-nos apenas 10% do que pedimos. Fomos enganados de forma simples e descarada”, disse, citado pelo Moscow Times.
Na mesma declaração, Prigozhin acusou uma unidade militar russa de fugir de posições perto de Bakhmut. “Hoje, tudo está a ser feito para que a linha de frente desmorone. Hoje, uma das unidades do Ministério da Defesa fugiu de um dos nossos flancos, abandonando as suas posições. Todos fugiram.”
Na sua opinião, as tropas fugiram devido à “estupidez” dos comandantes do exército russo. “Um soldado não deve morrer por causa da estupidez absoluta de seus líderes. As ordens que recebem do topo são absolutamente criminosas.”