A easyJet afirmou, ao final da tarde deste domingo, que a adesão à greve dos tripulantes de cabine foi de 55%, em vez dos 60% anteriormente avançados, um número contestado pelo sindicato, que garante que é de 100%.
Fonte oficial da easyJet disse à Lusa que os dados atualizados relativos à adesão à greve mostram que afinal 55% dos trabalhadores que estavam escalados aderiram à paralisação, em vez dos 60% avançados ao início do dia. Segundo a companhia aérea, 45% dos 208 trabalhadores que estavam escalados apresentaram-se ao serviço.
Isso significa que a greve teve “menos impacto” do que a paralisação de sexta-feira, a meio do dia, que teve uma adesão de cerca de 70%.
Já a dirigente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) Ana Dias garantiu que o nível de adesão é de 100% e que, dos 88 voos programados, 72 foram cancelados, ou seja, “apenas se realizaram os serviços mínimos”.
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“A empresa está a chamar todas as pessoas para assistências no aeroporto, mesmo sem voos para operar e os colegas mais novos, que ainda estão em período experimental, estão a aparecer, é essa a única explicação possível”, disse Ana Dias à Lusa.
Ao início da tarde, em declarações à Lusa, o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, apontou uma adesão dos trabalhadores de 100% à greve e remeteu para os 386 voos cancelados pela companhia, adiantando que estão a ser assegurados os serviços mínimos.
“A adesão tem sido, mais uma vez, e continua a ser de 100%. A empresa já o tinha assumido inclusive quando cancelou 386 voos. Estão a ser realizados os serviços mínimos. Apesar de nós não concordarmos com o princípio dos serviços mínimos, a verdade é que os respeitamos e estamos a realizá-los”, frisou. Os trabalhadores estão em luta pela “melhoria das condições salariais e de trabalho”.
Durante a manhã, dezenas de tripulantes de cabine da easyJet estiveram concentrados no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, com cartazes com mensagens como “bónus milionários, salários precários”.
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Ricardo Penarroias deu nota de que neste aeroporto foram cancelados 26 voos, sendo que na totalidade, em Portugal, foram cancelados 72. A greve dos tripulantes de cabine da easyJet iniciou-se na sexta-feira e também se repete nos dias 30 de maio e 1 e 3 de junho.
A paralisação abrange “todos os voos realizados pela easyJet”, bem como os “demais serviços a que os tripulantes de cabine estão adstritos”, cujas “horas de apresentação ocorram em território nacional com início às 00h00 e fim às 00h00 de cada um dos dias” mencionados, lê-se no pré-aviso de greve, divulgado pelo sindicato.
Quando a paralisação foi marcada, a easyJet disse ter ficado “extremamente desapontada” com a convocação da greve, considerando a proposta do sindicato de aumentos entre os 63% e os 103% “impraticável”, e anunciou que ia fazer alterações nos voos antes da greve, para mitigar o impacto nos clientes.
Num comunicado no dia 19 de maio, o SNPVAC garantiu que “a easyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados”.
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