O turbo enfrenta o híbrido plug-in e o eléctrico. Três superdesportivos com roupagens e mecânicas que não podiam ser mais diferentes, com o Ferrari a extrair 1000 cv de uma mecânica híbrida plug-in, enquanto o Porsche 911 Turbo S recorre a apenas dois turbocompressores para vitaminar o motor sobrealimentado, extraindo-lhe 650 cv, deixando ao Tesla Model S Plaid o papel de defender a honra dos modelos 100% eléctricos, instalando três motores que somam 750 kW, o que equivale a 1020 hp, ou 1034 cv.
Este trio de desportivos capaz de provocar falta de ar ao condutor mais habituado a emoções fortes junta uma berlina familiar, com o Tesla a recorrer a uma carroçaria com espaço para cinco adultos e mais de 5 metros de comprimento (5,021 m), enquanto o Ferrari se assume como um coupé de dois lugares e 4,710 m de comprimento, com o Porsche a reivindicar a mesma filosofia de coupé, mas com 2+2 dois lugares, tudo concentrado num comprimento de somente 4,535 m, para conter o peso sem recorrer a soluções muito dispendiosas.
As opões mecânicas também fazem a diferença, uma vez que os desportivos italiano e alemão anunciam um peso similar, com a Ferrari a ter de investir mais em materiais inovadores e dispendiosos para compensar as maiores dimensões e a presença da bateria recarregável com 7,9 kWh de capacidade. Mas se o SF90 anuncia 1700 kg e o 911 Turbo S 1715 kg, o Plaid coloca a fasquia nos 2265 kg. O modelo norte-americano monta uma bateria com 100 kWh de capacidade, o que mesmo na Tesla equivale a cerca de 600 kg, o que o torna na berlina eléctrica mais leve do momento, com esta bateria e potência.
O comparativo entre os três modelos foi realizado pela Carwow, que levou os três desportivos a medir forças na aceleração da milha (1,6 km), onde o Tesla (que registou 9,7 segundos) bateu o Ferrari (9,9 segundos) e o Porsche (10,3 segundos) nem sequer deu luta, parecendo pertencer a outro campeonato, ou à 2.ª divisão. A fase seguinte foi a reprise na ½ milha (804 metros) a partir de 64 km/h, o que permitiu ao Plaid alcançar outra vitória clara sobre o SF90, com o 911 Turbo S a ficar mais uma vez irremediavelmente para trás. A terceira prova consistiu num teste de travagem. O Porsche começou por ganhar aos seus dois adversários por cinco metros, mas à segunda tentativa foi o Ferrari o melhor a resistir ao esforço, com o Porsche e o Tesla a perderem eficiência com o calor. O Plaid utilizado mantinha os travões originais, de longe os mais pequenos e os únicos não perfurados, o que ficou resolvido com o novo kit de travões mais desportivos disponibilizados pela marca.