A NATO anunciou esta terça-feira o envio de novas forças para o Kosovo onde os manifestantes sérvios continuam reunidos frente a uma autarquia no norte, palco de confrontos que provocaram cerca de 30 feridos.

“O destacamento de forças adicionais da NATO no Kosovo é uma medida prudente para garantir que a Kfor (a força liderada pela Aliança na antiga província sérvia) tem os meios necessários para manter a segurança”, disse o almirante Stuart B. Munsch, num comunicado.

Em Zvecan, soldados da força de choque Kfor colocaram uma barreira de metal em redor do edifício da Câmara Municipal, para impedir o acesso de várias centenas de sérvios. Três viaturas blindadas da polícia do Kosovo — cuja presença ainda desperta a ira da maioria sérvia em quatro localidades do norte do Kosovo — estavam estacionadas em frente à Câmara Municipal.

Os sérvios boicotaram as eleições municipais de abril nessas cidades, o que resultou na eleição de candidatos autarcas albaneses, com menos de 3,5 por cento de participação nas mesas de voto.

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Estes autarcas tomaram posse na semana passada, ao abrigo do regime do Governo de Albin Kurti, primeiro-ministro deste território maioritariamente povoado por albaneses, ignorando os apelos de apaziguamento lançados pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

A Sérvia — que é apoiada pelos seus aliados russos e chineses — nunca reconheceu a independência proclamada em 2008 pela sua antiga província, uma década depois de um violento conflito entre forças sérvias e separatistas albaneses. Os manifestantes exigem a saída dos autarcas albaneses, a quem não reconhecem legitimidade, assim como da polícia de Kosovo.

Na segunda-feira, os manifestantes sérvios tentaram forçar a porta de entrada no edifício da Câmara Municipal de Zvecan, mas foram repelidos pelas forças kosovares.

A Kfor tentou então separar as partes, antes de começar a dispersar os manifestantes, que arremessaram pedras e garrafas contra as autoridades, provocando dezenas de feridos entre os soldados das forças da NATO.

Cinco manifestantes sérvios suspeitos de terem participado nos confrontos foram detidos, e Belgrado ordenou que o exército sérvio fosse colocado em alerta máximo. A polícia de Kosovo descreveu a situação como “frágil, mas calma” e pediu aos moradores “que não caiam na armadilha de convocações para manifestações violentas e provocações”.