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Vários edifícios em Moscovo foram esta noite atingidos por drones, que causaram danos de pequena dimensão nas estruturas, revelou o presidente da câmara municipal da capital russa, Sergei Sobyanin, num comunicado citado pela Reuters. Moscovo acusa a Ucrânia de ter estado por trás do ataque, que classifica como ato “terrorista”.
A imprensa russa avança também que um edifício na zona sul da cidade chegou mesmo a ser evacuado devido ao ataque com drones — que terão sido entre quatro e dez, de acordo com relatos surgidos na esfera das redes sociais russas recolhidos pela agência Reuters.
“Todos os serviços de emergência da cidade estão no local dos incidentes”, avançou Sobyanin no Telegram. Mais tarde, o autarca confirmou que “ninguém foi hospitalizado” e que o apoio médico necessário foi prestado no local dos ataques: apenas duas pessoas precisaram de assistência e nenhuma delas ficou ferida com gravidade.
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Na mesma rede social, o governador da região de Moscovo, Andrei Vorobyov, confirmou que vários drones foram abatidos pelas forças armadas russas quando se aproximavam de Moscovo.
O jornal britânico The Guardian aponta que a capital de Moscovo, que fica a mais de mil quilómetros da Ucrânia, tem sido um alvo muito raro durante a guerra — embora, nas últimas semanas, tenham aumentado de frequência os ataques em solo russo.
Entretanto, as autoridades russas já estão a investigar o ataque. Em comunicado, o Comité de Investigação da Federação Russa, o mais importante organismo de investigação criminal de nível federal da Rússia, confirmou estar a investigar a queda de drones em Moscovo.
“Vários edifícios em Moscovo sofreram pequenos danos como resultado da queda de veículos aéreos não tripulados”, lê-se na nota, citada pelo jornal britânico The Guardian.
“Além disso, um conjunto de veículos aéreos não tripulados foram abatidos pelas forças de defesa aérea da Rússia a caminho de Moscovo”, diz ainda o organismo.
O Comité de Investigação diz que, “de acordo com dados preliminares, não há vítimas” — e que “as pessoas envolvidas no crime estão a ser identificadas”.
O governo russo também já se pronunciou sobre a queda de drones, acusando o governo ucraniano de ter levado a cabo um ataque “terrorista” com oito drones. “Esta manhã, o regime de Kiev lançou um ataque terrorista com veículos aéreos não tripulados contra objetos da cidade de Moscovo”, lê-se numa nota publicada no Telegram.
Segundo a nota, assinada pelo Ministério da Defesa da Russia, estiveram envolvidos no ataque oito drones, todos eles abatidos. “Três deles foram suprimidos por meios de guerra eletrónicos, perderam o controlo e desviaram-se dos seus alvos iniciais”, explica o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que os restantes cinco foram abatidos por sistemas anti-míssil.
Em Kiev, uma pessoa morreu em noite de ataques
Na Ucrânia, a noite também foi de ataques com drones contra a capital, que deixaram pelo menos uma pessoa morta, segundo revelou no Telegram o presidente da câmara de Kiev, Vitaliy Klitschko.
“Esta noite, houve explosões em várias áreas da cidade. Uma pessoa morreu”, escreveu Klitschko.
O autarca explicou também que houve, em diferentes pontos da cidade, incêndios em casas e carros, queda de detritos e danos em estruturas.
Além de uma vítima mortal, 20 pessoas tiveram de ser resgatados de edifícios danificados e quatro pessoas foram hospitalizadas.
Durante toda a noite, Klitschko publicou mensagens no Telegram apelando à população de Kiev que permanecesse nos abrigos devido aos ataques intensos contra a cidade.
A situação desta madrugada foi descrita pelo autarca da capital ucraniana como um “ataque massivo” — e terá mesmo sido uma das noites mais difíceis até agora para os residentes de Kiev, de acordo com o relato feito à BBC pela deputada ucraniana Lesia Vasylenko, habitante da cidade.
Em declarações à BBC Radio 4, Vasylenko explicou que optou por ficar em casa durante a noite em vez de se abrigar numa estação de metro, uma vez que já se habituou aos alarmes constantes nos últimos meses. “Só de manhã é que percebi o quão irresponsável foi a minha decisão”, contou Vasylenko.
“Habituámo-nos a estas noites em que o sistema de alarme dispara e aprendemos a viver com confiança nos nossos sistemas de defesa aérea”, explicou ainda, sublinhando que “não há forma de prever” onde vão cair os detritos que resultam da destruição dos drones. “Na verdade, o lugar mais seguro é no subsolo.”