Michael Travis Leake, um músico norte-americano a viver na Rússia há mais de uma década, foi detido por suspeita de tráfico de droga, avançou a Associated Press este sábado, segundo meios russos.

É suspeito de tentar vender mefedrona, uma droga que terá efeitos semelhantes à cocaína e MDMA. “O Tribunal Distrital Khamovniki de Moscovo tomou uma medida preventiva contra um cidadão norte-americano”, segundo informou o tribunal russo em comunicado publicado na rede Telegram, cita a CNN Internacional. O documento identifica o cidadão como “Travis Michael Leek [em vez de Leake]” e acrescenta ainda que “o antigo paraquedista e músico é acusado de se envolver no negócio dos narcóticos através da atração de jovens”. Travis Leake ter-se-á apresentado em tribunal no dia 10 de junho e ficará em prisão preventiva cerca de dois meses, até ao próximo dia 6 de agosto.

Um vídeo do cidadão norte-americano a ser fotografado numa esquadra de polícia russa pode ser visto no site da CNN e terá sido publicado por meios russos no dia 8 de junho. O meio contactou a mão do músico, que confirmou ter conhecimento da detenção, acrescentando que o seu nome é Michael Travis Leake (e não como o tribunal russo escreveu) e que é tratado por Travis. Segundo a ABC 7, Glenda Garcia, disse ainda que não tem notícias do filho desde o Dia da Mãe, que se celebrou no passado dia 14 de maio nos Estados Unidos da América.

“Eu não percebo porque estou aqui. Eu não admito culpa, não acredito que possa ter feito aquilo de que me acusam porque não sei do que sou acusado”, terá dito Travis Leake à polícia, segundo o meio russo Ren Tv, citado pela ABC 7.

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Michael Travis Leake é um antigo paraquedista do exército norte-americano e vive em Moscovo desde 2010. Uma conta de Instagram com o nome Travis Leake, e onde se podem ver imagens suas, identifica-o como vocalista da banda Lovi Noch. O músico participou num episódio da série de Anthony Bourdain “Parts unkown”, em 2014.

O músico enfrenta acusações de produção e distribuição de drogas o que pode levar a uma sentença de até 20 anos de prisão. A jogadora norte-americana de basquetebol da WNBA, Brittney Griner, foi detida em fevereiro de 2022 no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscovo, quando os serviços alfandegários encontraram vaporizadores que continham menos de uma grama de óleo de haxixe na sua bagagem. Foi condenada a nove anos de prisão, mas em dezembro de 2022 foi libertada numa troca de prisioneiros entre os Estados Unidos e a Rússia.

O departamento de Estado norte-americano (equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros) confirmou à AP ter conhecimento das notícias que dão conta que um cidadão norte-americano foi detido recentemente em Moscovo. Acrescentou ainda que, quando um cidadão norte-americano é detido fora do país, o departamento “procura acesso consular tão depressa quanto possível e trabalha para garantir toda a assistência consular apropriada”, sem avançar com mais comentários por questões de privacidade, cita a agência.