O Banco Europeu de Investimento (BEI) anunciou esta sexta-feira que vai aumentar o investimento no domínio da segurança de 6.000 para 8.000 milhões de euros até 2027, um financiamento “sem precedentes” para “apoiar a defesa e autonomia estratégica” da Europa.
“O Grupo Banco Europeu de Investimento (Grupo BEI) irá aumentar o financiamento destinado à indústria da segurança para níveis sem precedentes, reafirmando o seu empenho em apoiar a defesa e a autonomia estratégica da Europa, bem como a sua ambiciosa agenda climática”, avança o BEI em comunicado.
Assim, refere, “o Conselho de Administração do BEI aprovou o aumento da dimensão do plano específico para o investimento no domínio da segurança no âmbito da Iniciativa Estratégica para a Segurança Europeia (IESE), adotada no ano passado”: “Embora as prioridades identificadas se mantenham válidas, será dada maior ênfase à mobilidade militar, ao espaço, à segurança ecológica e às infraestruturas críticas”, detalha.
Este financiamento para investimentos estratégicos no domínio da segurança foi aprovado hoje pelos ministros das Finanças da UE na reunião anual do Conselho de Governadores do BEI, sendo “o mais elevado de sempre destinado ao setor da segurança, nomeadamente em novas tecnologias, essenciais para a segurança e defesa a longo prazo da Europa”.
De acordo com o comunicado divulgado, na reunião de hoje “os ministros das Finanças da União Europeia concordaram com o papel fundamental do BEI na redução do impacto das graves consequências económicas da invasão brutal e injustificada da Ucrânia pela Rússia”.
A reunião ocorreu após a decisão tomada pelo Conselho de Administração do BEI, na quinta-feira, de aumentar os investimentos no domínio da segurança de 6.000 milhões de euros para 8.000 milhões de euros até 2027.
Separadamente, o Conselho de Administração aprovou também a concessão de novos empréstimos no valor de 1.600 milhões de euros, incluindo “o apoio à maior gigafábrica europeia de painéis solares em Itália, a modernização dos sistemas de aquecimento urbano em cidades de França, a intensificação da gestão e reciclagem de resíduos na Roménia, a construção de dois novos parques eólicos nos países bálticos e a melhoria das ligações de telecomunicações em África”.
“Estamos a intensificar o nosso apoio à competitividade industrial, aos investimentos prioritários e às tecnologias de ponta de dupla utilização na Europa, utilizando toda a nossa gama de recursos da forma mais flexível possível”, afirma o presidente do BEI, Werner Hoyer, citado no comunicado.
“A mensagem que transmiti hoje aos nossos governadores foi que tempos extraordinários exigem medidas extraordinárias. É a credibilidade da Europa, a nível interno e internacional, que está em causa”, acrescenta.
O presidente Werner Hoyer “informou os ministros sobre as atividades do Grupo BEI ao longo do último ano, incluindo os novos contratos de financiamento no montante de 72.500 milhões de euros assinados em 2022, bem como sobre as operações na Ucrânia”.
“Os líderes da UE conferiram-nos um mandato claro para intensificarmos o nosso apoio para que a Ucrânia possa fazer face a necessidades urgentes, e é isso que estamos a fazer com o lançamento da iniciativa EU for Ukraine e do fundo EU for Ukraine”, explica Werner Hoyer.
“Estamos determinados a dar continuidade ao papel central que o Grupo BEI desempenhou, nos últimos anos, na execução das políticas e estratégias da EU”, acrescentou.
Em 2022, o BEI assinou novos contratos de financiamento no valor de mais de 1.500 milhões de euros para projetos alinhados com a IESE, afirmando-se “plenamente empenhado em apoiar a segurança europeia”.
“As novas tecnologias de dupla utilização de que a Europa necessitará para garantir a segurança a longo prazo continuam a ser uma prioridade fundamental no âmbito da IESE. As decisões tomadas esta semana não alteram os critérios de elegibilidade para financiamento nem a definição das atividades excluídas ou dos setores excluídos pelo BEI”, remata.
A reunião anual de hoje do Conselho de Governadores do BEI – composto pelos 27 ministros das Finanças e da Economia da UE – foi presidida pela ministra das Finanças da Suécia, Elisabeth Svantesson, tendo nela também sido aprovadas as contas do banco e nomeado um novo Conselho de Administração, na sequência da transferência da presidência rotativa do Conselho para a Bélgica.
“O BEI é fundamental para canalizar apoio específico à inovação, à competitividade e a uma transição rápida e justa para uma economia com impacto zero. É, e continuará a ser, um instrumento essencial para a execução das políticas da UE”, observou Elisabeth Svantesson.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças da Bélgica, Vincent Van Peteghem, afirmou ser “uma honra presidir ao Conselho de Governadores do banco da UE, apoiando a concretização das prioridades comuns, tanto no interior da União, como a nível mundial”, recordando que “o BEI liderou o processo de mobilização do tão necessário investimento em resposta a uma série de crises — da emergência climática à pandemia e às consequências desta terrível guerra”.