João Galamba considera que um aeroporto em Santarém é “longe”, acredita que ainda será preciso “viver com a Portela durante muitos anos” e garante que o Governo recusará vender a TAP à Ibéria caso isso implique o desaparecimento do Hub de Lisboa.

Em entrevista na CNN Portugal Summit, o ministro das Infraestruturas reconheceu que o tema do aeroporto é um “puzzle muito complexo”, que será demorado de resolver, mas tem esperança de que haja uma decisão sobre a localização no primeiro semestre de 2024, “o mais brevemente possível”.

“Vamos viver com a Portela durante muitos anos, não sei se são dez, doze até podem ser mais dependendo de decisões.” As palavras são de João Galamba, que olha para o caso do aeroporto como “um puzzle muito complexo” em que “cada vez que se toca num sítio tem impacto no outro” e que obriga “a tentar, na medida do possível, melhorar ao máximo a operação” na Portela enquanto não há uma solução final.

Em diálogo com a ANA, o Governo tem a intenção de avançar para a “versão maximalista do projeto” que assenta em “retirar Figo Maduro de onde está, construir um Figo Maduro mais pequeno do outro lado da pista e usar a área disponibilizada para permitir obras”.

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Aos olhos de Galamba, esse plano é a “visão máxima de melhoria operacional com efeito positivo máximo e efeito negativo mínimo”, sendo um projeto que custa “entre 30 e 45 milhões de euros”. Ainda assim, o governante alertou que os “investimentos devem ser abordados, planeados e executados no seu conjunto”, explicando que tem de haver uma ação conjunta.

Relativamente a Santarém, uma das localizações para o complemento do aeroporto que está em cima da mesa, João Galamba é claro: “Se acho que o aeroporto em Santarém é longe? Acho. Se acho que a probabilidade de ser viável é alta? Não, é muito baixa.” E deixou ainda claro que “não está em cima da mesa” o Estado recuperar o controlo da ANA.

O ministro das Infraestruturas, questionado sobre a privatização da TAP, revelou ainda o Governo “não vende” a companhia aérea portuguesa caso isso implique a perda do Hub de Lisboa (“é algo que queremos manter”) e referiu que há mais do que três interessados na compra, alguns “fora do setor da aeronáutica, entre o setor da aeronáutica e da energia”.

Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Santarém, ficou “estupefacto” e, em declarações ao Observador, criticou o momento das declarações: “Não devia ter falado” antes do tempo.

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Já Carlos Brazão, promotor da candidatura de Santarém para o novo aeroporto “estranha” as declarações do ministro das Infraestruturas, mas acredita que as mesmas “não vão influenciar a comissão independente”.

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