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As famílias dos homens que perderam a vida a bordo do submersível Titan depois de terem embarcado numa viagem turística para visitar os destroços do Titanic poderão processar a empresa OceanGate, responsável pela exploração, apesar de os passageiros terem assinado um contrato que isenta a empresa de qualquer responsabilidade, incluindo em caso de morte.

Nos últimos dias, vieram a público várias informações sobre os documentos de isenção de responsabilidade que os passageiros terão assinado antes de embarcar no Titan.

Em declarações à BBC, Mike Reiss, um produtor de televisão que já participou numa das anteriores viagens do Titan aos destroços do Titanic, explicou que antes de embarcar assinou um “enorme termo de responsabilidade” que incluía os vários potenciais riscos que a viagem incluía. “Só na primeira página mencionam três vezes o risco de morte, por isso nunca está longe dos nossos pensamentos.”

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A bordo do Titan seguiam cinco pessoas: o CEO da OceanGate, Stockton Rush; o empresário britânico Hamish Harding; o milionário paquistanês Shahzada Dawood com o seu filho de 19 anos, Suleiman; e o explorador francês Paul-Henry Nargeolet.

[Já saiu: pode ouvir aqui o penúltimo episódio da série em podcast “Piratinha do Ar”. É a história do adolescente de 16 anos que em 1980 desviou um avião da TAP. E aqui tem o primeiro, o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto episódios. ]

Os passageiros pagaram 250 mil dólares para embarcar na expedição e todos terão assinado um termo de responsabilidade para isentar a empresa de qualquer responsabilidade por eventuais acidentes.

Ainda assim, segundo a agência Reuters, estes termos de responsabilidade poderão não ser à prova de bala — sobretudo se houver informação sobre fragilidades do submersível que não tenha sido devidamente passada aos passageiros.

“Se houver aspetos do desenho ou da construção deste veículo que tenham sido escondidos dos passageiros ou se o veículo tiver sido conscientemente operado apesar de informações de que não estava apto para este mergulho, isso iria absolutamente contra a validade do termo de responsabilidade”, disse à Reuters o advogado americano Matthew D. Shaffer, especialista em lei marítima.

OceanGate foi avisada de que a expedição poderia ter problemas “catastróficos”

Nos últimos dias, surgiram informações de que a OceanGate teria sido alertada por especialistas para potenciais problemas “catastróficos” na expedição ao Titanic. Sabe-se também que o Titan não estava certificado para realizar aqueles mergulhos porque a empresa não estaria disposta a pagar pela certificação.

Um antigo funcionário da empresa terá até sido despedido em 2018 depois de elaborar um documento em que expunha os perigos que os passageiros corriam em profundidades extremas.

próprio Rush chegou mesmo a dizer que, em certos casos, “a segurança é só um desperdício”. E que “se queres estar em segurança não saias da cama, não andes de carro, não faças nada”.

A derradeira viagem de Stockton Rush à “última fronteira da vida”, 111 anos depois da tragédia do Titanic