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A rebelião do grupo Wagner rumo a Moscovo, capital russa que era o destino final dos mercenários, durou cerca de 24 horas. Durante algum desse tempo, a televisão estatal russa cobriu a insurreição, mas optou por minimizar a potencial ameaça ao poder de Vladimir Putin, Presidente da Rússia.

O jornal The Guardian indica que o canal Channel One transmitiu a declaração de Prigozhin, líder do grupo Wagner, sobre a rebelião armada e ainda as suas alegações de que os acampamentos dos mercenários da milícia paramilitar tinham sido alvo de ataques por parte do exército de Moscovo. As acusações foram negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia e descritas pela apresentadora de televisão Ekaterina Andreeva como uma farsa, devido à “falta de quaisquer outras testemunhas” que tenham visto os ataques.

A televisão estatal russa transmitiu ainda imagens do grupo Wagner a ser confrontado nas ruas de Rostov-on-Don — primeira cidade em que disse ter conseguido tomar o controlo — por moradores revoltados com a sua presença. Porém, depois de também exibirem o discurso gravado de Vladimir Putin sobre a “traição” de Prigozhin e o que se estava a passar no país, tentaram contornar o tema.

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Para isso, a televisão estatal russa, mais especificamente o canal Rossiya 24, exibiu um documentário sobre a vida de de SilvioBerlusconi, antigo líder italiano que morreu este mês e que era amigo do Presidente da Rússia. Outra emissora transmitiu um documentário sobre a produção ilegal de caviar.

A rebelião dos homens de Prigozhin, que terminou ao fim de cerca de 24 horas, terá sido, segundo o The Guardian, a ameaça interna mais direta ao Kremlin desde a tentativa de golpe de estado contra o Presidente Mikhail Gorbachev em 1991. Nessa altura e ao contrário do que aconteceu este sábado, a televisão estatal russa ignorou os acontecimentos, optando por transmitir o bailado “O Lago dos Cisnes” ao invés de falar sobre a agitação política.