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Vladimir Putin abordou pela primeira vez a tentativa de insurreição do grupo Wagner. Esta segunda-feira, ao final da noite (cerca das 22h10 em Moscovo), o Presidente russo acusou os “criminosos” responsáveis pela rebelião de tentarem semear o caos na Rússia, mas agradeceu aos “patriotas” — incluindo os da organização mercenária — que a travaram.
Numa declaração gravada de cerca de 5 minutos, Putin disse que a tentativa de golpe “foi um passo perigoso” que falhou, e tentou colar a Ucrânia e o Ocidente às ações de Yevgeny Prigozhin. “Eles queriam um ato fratricida, os nazis de Kiev também queriam isso, e o Ocidente”, atacou, numa referência à “ameaça” exterior que o país enfrenta.
Bielorrússia começa a construir acampamentos para o grupo Wagner
Sobre o grupo Wagner, o Presidente russo manifestou uma posição de alguma clemência, sublinhando que a “esmagadora maioria” dos mercenários são “patriotas” e lembrando as conquistas alcançadas pela organização na Ucrânia. Putin revelou que os combatentes terão agora três opções: “Ou vão para a Bielorrússia, ou se juntam ao exército, ou vão para casa”.
Tal decisão parece sinalizar o fim das atividades do grupo Wagner na Rússia e vai ao encontro das notícias que esta segunda-feira davam conta de uma possível recolocação da organização para a Bielorrússia.
Ainda assim, Putin garantiu que os responsáveis pela rebelião, com Prigozhin à cabeça, vão ser trazidos à justiça. “Traíram o país e traíram aqueles que estavam com eles” acusou o Chefe de Estado, descrevendo o incidente como “uma atividade criminosa que tem como objetivo enfraquecer o país”.
Putin aproveitou também para agradecer ao povo russo pela “resiliência, solidariedade e patriotismo” demonstrados face à crise. Quem também mereceu um agradecimento especial foi o homólogo russo de Putin, Alexandr Lukashenko, que alegadamente foi responsável pela negociação que resultou no recuo de Prigozhin e do grupo Wagner, garantindo assim a estabilidade do regime do Kremlin.
