Num dia dedicado aos investidores, a Alpine anunciou uma mão-cheia de surpresas para os próximos anos. Além de ter decidido conceber uma plataforma específica para veículos eléctricos para o sucessor do popular coupé A110, em vez de recorrer à base que a Lotus utiliza nos seus modelos, o construtor desportivo do Grupo Renault confirmou o lançamento de sete novos modelos até 2030, além de adaptar motores de combustão à queima de hidrogénio, certamente para explorar também esta abertura concedida pela União Europeia à indústria automóvel alemã.

O primeiro dos sete eléctricos da Alpine será o A290, uma espécie de 5 GT Turbo mas eléctrico, baseado no novo R5 a bateria, que chegará ao mercado em 2024 como um pequeno utilitário ágil e com músculo. No ano seguinte será a vez de um crossover GT coupé do segmento C, para 2026 acolher o novo A110 a bateria, que será acompanhado – mas não foi anunciado quando – por uma versão roadster do coupé desportivo. Estes desportivos, com carroçaria aberta e fechada, serão construídos sobre a nova Alpine Performance Platform (APP), abandonando assim o projecto que, por uma questão de reduzir o investimento, visava recorrer à plataforma da Lotus, construtor que pertence aos chineses da Geely.

Curiosamente, a plataforma APP vai ainda dar origem a um quinto modelo, o A310, que se assumirá como um coupé desportivo de quatro portas e bancos para quatro adultos. O grupo dos sete veículos eléctricos ficará completo com a chegada, agendada para 2027, de dois SUV de maiores dimensões, um do segmento D e o segundo ligeiramente maior, inserido no segmento E. Com estes dois modelos a bateria, a Alpine pretende enfrentar os Porsche Macan e Cayenne, que na altura já existirão ambos com motor eléctrico.

Além desta colecção de modelos a bateria, a Alpine anunciou que, além da Europa, vai igualmente “atacar” outros mercados. A começar pelo norte-americano, incluindo EUA e Canadá. A Ásia não foi esquecida, pelo que também aí o construtor de desportivos francês irá estar presente, o que acontecerá pela primeira vez. Paralelamente a esta gama de veículos, todos eles eléctricos, a Alpine informou que também ela irá desenvolver motores de combustão capazes de queimar hidrogénio. Não que esta seja uma solução limpa – apesar de serem menos poluentes do que os que queimam gasolina ou gasóleo, uma vez que continuam a emitir óxidos de azoto (NOx) –, mas para evitar uma perda de competitividade face aos desportivos alemães, nomeadamente os da Porsche, que a Alpine parece visar directamente.

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