Era uma das sondagens mais esperadas em em Espanha. Não por falta delas — ainda no fim de semana saíram quatro –, mas porque vinha do Centro de Investigações Sociológicas (CIS), ligado ao Governo e liderada por um socialista, Juan Maria Tezanos. Ora o CIS tem sido até agora o único a colocar o PSOE à frente das intenções de voto para as eleições antecipadas de dia 23, quando todos os outros centros de sondagem colocam os Populares na frente, alguns com grande vantagem sobre os socialistas.

O estudo divulgado ao fim da manhã desta quarta-feira de facto mudou. Mas por por pouco. O Partido Popular está pela primeira vez à frente numa sondagem do CIS, mas apenas por duas décimas em relação ao PSOE.

De acordo com os dados do Centro de Investigações Sociológicas, o PP poderá obter nas eleições antecipadas 31,4% dos votos, elegendo 122 a 140 deputados. Já o PSOE terá uma estimativa de 31,2%, elegendo 115 a 135.

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No entanto, e apesar de estar à frente por pouco, os resultados mantêm a força de centro-direita liderada por Alberto Núñez Feijóo longe da maioria (176) necessária para derrubar Pedro Sanchéz, o atual primeiro-ministro espanhol. E, mesmo com o apoio do Vox, que surge apenas em quarto lugar com 10,6% dos votos — o que lhe daria entre 21 e 29 deputados —, os dois partidos somariam só 169 deputados, ficando a sete lugares de distância dos 176.

E é aqui que está outra vez a diferença para todas as restantes sondagens, que dão uma maioria (ainda que não absoluta, ao bloco de direita, VOX+PP). Em terceiro lugar surge o Sumar (a coligação firmada entre os partidos à esquerda do PSOE, e que inclui o movimento da vice-primeira-ministra espanhola Yolanda Díaz e o Podemos) com 16,4%, que valem entre 43 e 50 deputados. Junto com PSOE poderiam angariar 185 deputados, ultrapassando a maioria absoluta, e mantendo-se assim no Governo.

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A sondagem do CIS baseou-se em quase 30 mil entrevistas — um dos números mais elevados que a organização tratou — e foi realizada durante os últimos 20 dias de junho, após a vitória do PP nas eleições municipais e regionais de 28 de maio. A vitória da direita e o avanço da extrema-direita levaram o primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, a convocar legislativas nacionais antecipadas.

A última sondagem tornada pública a 1 de julho, realizada pelo Sigma Dos, reforçava a liderança do PP, colocando-o à frente com 34,4% dos votos, seguido-se do PSOE, com 28,2%, e do Vox, com 13,5%. Neste cenário, o PP e o Vox teriam deputados suficientes, nas margens centrais de cada resultado, para formar maioria no Congresso dos Deputados.