A Coreia do Norte criticou este domingo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) por dar luz verde ao plano do Japão para descarregar água tratada da central nuclear de Fukushima.

Num comunicado de imprensa do Ministério da Proteção Ambiental, Pyongyang considerou irracional o comportamento da AIEA, afirmando que “apoia e facilita ativamente a descarga projetada pelo Japão de água poluída por energia nuclear”, o que é “inimaginável”.

A descarga de água terá “um impacto negativo fatal sobre a vida humana, a segurança e o ambiente ecológico”, considerou o regime norte-coreano.

O plano, que deverá iniciar-se este ano, suscitou inquietação nos vizinhos do Japão, levando a China a interditar algumas exportações alimentares e dando origem a manifestações no sábado na Coreia do Sul, em plena visita do diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.

Os deputados da oposição sul-coreana mobilizaram-se igualmente contra o plano de Tóquio, com alguns a encetarem mesmo uma greve de fome. Grossi deverá encontrar-se este domingo com membros da oposição no parlamento.

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O organismo de controlo nuclear das Nações Unidas aprovou o plano do Governo japonês para se livrar — após tratamento e diluição — de cerca de 1,33 milhões de toneladas de água contaminada, armazenada num local da central que em breve ficará saturado.

A central nuclear foi devastada por um acidente provocado por um sismo e consequente tsunami em 2011.

A AIEA considerou este domingo que o projeto “satisfaz as normas internacionais de segurança” e que terá um impacto “insignificante na população e no meio ambiente”.

Após um encontro este domingo entre Grossi e o ministro sul-coreano dos Negócios Estrangeiros, Park Jin, o diretor da AIEA assegurou que a agência continuará na central de Fukushima para garantir a segurança “a cada etapa do processo”, escrevendo na rede social Twitter que “o que agora começa é mais importante do que o trabalho desenvolvido até ao presente”.