Foi há sete dias que Émile, um menino francês de dois anos, desapareceu enquanto brincava no jardim de casa dos avós maternos. Nesse dia, foi contado que se encontrava sozinho com ambos. No entanto, informações veiculadas pela imprensa francesa, esta quarta-feira, indicam que pelo menos uma dúzia de familiares se encontrava no local.
Segundo o canal francês BFMTV, durante o fim de semana, decorreu uma reunião de família na casa dos avós de Émile, nos Alpes da Alta Provença, em França, que juntou vários tios e tias do menino e também crianças.
As novas informações reveladas pelo canal francês alteram a versão inicial de que, quando foi visto pela última vez, Émile estava a brincar sozinho no jardim e os avós preparavam o carro para uma atividade fora de casa. De acordo com a fonte referida pelo BFMTV, um vizinho próximo confirmou ter visto o menino durante a manhã de sábado junto de outras crianças da família.
Émile foi dado como desaparecido no sábado, 8 de julho. De olhos castanhos, cabelo louro e 90 centímetros de altura, estava vestido com uma t-shirt amarela e uns calções brancos com padrão verde e tinha umas botas de caminhada calçadas no momento em que desapareceu na aldeia Vernet, que tem 125 habitantes e que foi interdita a não residentes terça-feira.
As buscas pelo menino terminaram esta quinta-feira por volta das 16h00 (15h00, em Portugal) e envolveram 52 elementos das forças policiais. A zona de busca foi uma estrada de 1,8 quilómetros, perto do local onde vivem os avós, que já havia sido revistada nos primeiros dias da investigação. Segundo o BFMTV, o perímetro foi novamente e “mais meticulosamente” explorado na esperança de descobrir novas pistas, no entanto,“estas operações não deram em nada”.
No total, desde o início da investigação, foram revistados 97 hectares. “O sector que liga Vernet a Haut-Vernet foi percorrido, ou seja, 1,8 quilómetros, bem como o centro da aldeia”, especificou Remy Avon, procurador de Digne-les-Bains, ao canal francês.
Em declarações à agência noticiosa AFP na quarta-feira citadas pela Sky News, explicou que agora começa uma nova fase: “A investigação judicial sobre as causas do desaparecimento vai continuar, nomeadamente através da análise da considerável massa de informações e elementos recolhidos nos últimos quatro dias”.
“Estamos agora a entrar numa segunda fase, a do longo tempo em que os investigadores vão estudar as escutas, os registos telefónicos ou as inspeções de veículos”, concluiu o procurador.
Falsas campanhas de angariação de fundos
Aparentemente com boas intenções, logo após o desaparecimento de Émile foram criadas campanhas online de angariação de fundos para ajudar a encontrar o menino de dois anos.
Esta sexta-feira, o procurador francês Rémy Avon teve conhecimento da existência de pelo menos cinco campanhas possivelmente falsas, alertando a população para o risco de fraude. Segundo o mesmo, a família de Émile não está envolvida em nenhuma iniciativa.
“A família de Émile constatou que foram abertos fundos em nome da criança ou em nome da família. Gostariam de esclarecer que não são eles os autores destes fundos”, avançou Rémy Avon à AFP, citado na France Info.
De acordo com o canal BFMTV, o Ministério Público francês alertou para estas campanhas, que se acreditava serem solidárias, e está agora a considerar a “abertura de um inquérito por fraude”, punível com uma pena de prisão de cinco anos.
Atualizada às 16h20 do dia 15 de julho