O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou esta quinta-feira os esforços de Moçambique para travar uma epidemia de cólera que assolou países da região desde setembro passado, assinalando o “compromisso do chefe de Estado moçambicano com o setor”.

“Estou muito feliz em ver um chefe de Estado que está muito comprometido com a saúde. Ele é um dos poucos líderes, no mundo, que assume este compromisso e está diretamente envolvido em questões ligadas à saúde”, declarou Tedros Tedros Ghebreyesus.

O responsável da OMS falava após ser recebido pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, na Presidência, em Maputo, no âmbito de uma visita de trabalho de dois dias que realiza a Moçambique.

Desde setembro, uma epidemia de cólera provocou, pelo menos, 141 mortes em Moçambique, com o número de casos a rondar os 32.000, segundo a atualização de dados de junho do Ministério da Saúde.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quase metade dos casos foi registada na província da Zambézia, no centro do país, especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março.

Para o diretor-geral da OMS, o executivo moçambicano teve uma gestão assinalável da epidemia, que foi agravada pelo impacto do ciclone Freddy.

“Saudei o Presidente moçambicano e o ministro da Saúde [Armindo Tiago] pela sua liderança na gestão da epidemia da cólera. No mesmo período foram registados casos de pólio e que também foram controlados, após serem detetados antecipadamente. Não há qualquer caso agora desde agosto”, observou.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.