O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, reage com críticas muito duras ao caso da investigação e buscas às sedes do PSD e à casa de Rui Rio. Para o líder dos sociais democratas no Parlamento, a Justiça passou, neste caso, uma linha que “não devia ter passado” e fica mesmo posta em causa: “Não podemos continuar com esta Justiça”.
Em entrevista ao JN, DN e TSF, publicada este domingo, Miranda Sarmento não se coíbe de criticar as autoridades, falando em acontecimentos “bastante graves”, uma vez que diz não conseguir “perceber o alcance das buscas” que decorreram na quarta-feira e que serviram também para levar documentos políticos do PSD ou objetos como o telemóvel de Rui Rio.
Apontando que as buscas “extravasaram muito aquilo que era o mandado” — “há seguramente informação política sensível da estratégia do PSD que, neste momento, já não está só nas mãos do partido” — Miranda Sarmento lança-se ao ataque: “A Justiça aqui passou uma linha que, manifestamente, não devia ter passado. [Toda a alegação] parece-me de uma bizarria, de um sem sentido que eu não consigo explicar”.
Miranda Sarmento aproveita para defender Rui Rio — que tem, assegura, “uma honestidade à prova de bala” de que “ninguém no país” duvida — e o também deputado Hugo Carneiro: “Das pessoas mais competentes e sérias com quem tive até hoje o prazer de trabalhar”.
E, confirmando mais uma vez que o PSD tem de facto a prática que é objeto da investigação — pagando a funcionários parlamentares com dinheiro do partido –, defende que a verba “é para os partidos usarem na sua ação política”. “Ora, o grupo parlamentar é um órgão estatutário do PSD e, mais, as contas do grupo parlamentar consolidam nas contas do PSD”, aponta, recusando que um partido possa separar completamente o que é o partido e o grupo parlamentar na sua ação política.