A Bugatti confirmou que o sucessor do Chiron, agora que este modelo se aproxima do final da produção por estar a atingir as 500 unidades que o construtor se comprometeu produzir, será um hiperdesportivo híbrido. O objectivo é elevar a potência total do modelo e, simultaneamente, homologar emissões e consumos mais comedidos, para não prejudicar a marca ou a média do Grupo Volkswagen. O construtor anunciou ainda que o sucessor híbrido do Chiron será igualmente o último modelo da marca desenhado por Achim Anscheidt, o homem que concebe os Bugatti deste 2004.
O construtor francês entrou num período de mudanças aceleradas, que se espera que não belisquem a refinada imagem da Bugatti. A produção das 500 unidades do Chiron está prestes a terminar e os modelos já estão todos vendidos, pelo que resta saber o que vem a seguir, agora que o construtor francês de hiperdesportivos foi entregue à Rimac, o pequeno fabricante croata que passou a liderar uma sociedade formada para beneficiar todo o grupo alemão.
Este “casamento” foi visto como uma manobra estratégica para o Grupo Volkswagen, a quem pertencia o fabricante francês, num momento em que era necessário avançar com um Bugatti eléctrico e os alemães acreditavam não ter a tecnologia necessária para conceber um sucessor do Chiron exclusivamente a bateria, com mais de 2000 cv, uma autonomia generosa e uma capacidade de carregamento tremendamente rápida. Mas o primeiro Bugatti 100% eléctrico surgirá mais tarde e, para termos uma ideia acerca do que esperar, é bom ter presente que o Nevera, o hiperdesportivo eléctrico da Rimac, monta quatro motores (um por roda) que juntos atingem 1914 cv, pelo que é impensável que o Bugatti eléctrico fique abaixo desta fasquia.
Para já, sabe-se que o sucessor do Chiron será híbrido, não sendo evidente se será um híbrido puro ou um híbrido plug-in, com alguma autonomia em modo eléctrico, como os novos Ferrari SF90 Stradale e Lamborghini Revuelto. Tão pouco é evidente que o sucessor do actual Chiron mantenha o soberbo motor 8.0 com 16 cilindros em W, uma vez que com recurso a, por exemplo, três motores eléctricos (um associado ao motor e dois ligados a cada uma das rodas dianteiras), será possível extrair a necessária potência de uma unidade V8, mais leve e barata. Agendado para ser apresentado em 2024, o sucessor híbrido do Chiron será fabricado e entregue a clientes a partir de 2026.