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O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky denunciou “a traição” de um deputado recentemente descoberto num hotel de luxo nas Maldivas, insistindo na necessidade de as autoridades e líderes políticos darem o exemplo, em tempo de guerra contra a Rússia. O deputado veio afirmar que as férias eram uma “viagem de negócio”, avançou o The Telegraph.

Yuri Aristov, deputado de 48 anos do partido no poder Servo do Povo, foi visto em meados de julho num hotel de cinco estrelas do arquipélago do oceano Índico, de acordo com o site de notícias Slidstvo.info.

Em comunicado, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) declarou que “foram introduzidas falsas informações nos documentos oficiais para viajar para o estrangeiro, em particular no que se refere ao período, objetivo e país da ‘viagem de negócios oficial’”.

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“O deputado, juntamente com a sua família — a mulher e filhos — esteve no território das Maldivas até 22 de julho, no complexo hoteleiro Waldorf Astoria Maldives”, avançaram, acrescentando: “Durante as buscas no apartamento do deputado, a SBU encontrou o passaporte do deputado do partido Servo do Povo, que contém notas sobre a partida para as Maldivas.”

Na sequência destas revelações na imprensa, David Arakhamia, o presidente do grupo presidencial no Parlamento, destacou esta terça-feira em comunicado que pediu a “suspensão imediata” do deputado no seio do seu grupo parlamentar. “Solicitei todos os documentos de viagens de negócios e que todas as informações sejam verificadas”, acrescentou.

O presidente do Parlamento ucraniano, Rouslan Stefantchouk, revelou, por sua vez, que recebeu uma carta de demissão de Aristov, também vice-presidente da comissão parlamentar responsável pela segurança nacional, defesa e inteligência, cujo papel é eminentemente estratégico.

“[A situação] será avaliada na próxima sessão plenária” do Parlamento, referiu ainda, sem adiantar mais detalhes. É necessária uma votação parlamentar para remover um deputado eleito do seu cargo na Ucrânia.

Volodymyr Zelensky abordou esta terça-feira à noite a polémica, referindo que preferir “ilhas e resortes em tempos de guerra” é “uma traição aos princípios do Estado”.

“Qualquer traição interna, qualquer praia ou qualquer enriquecimento pessoal, em vez de [defender] os interesses da Ucrânia vai provocar no mínimo raiva”, sublinhou durante o habitual discurso noturno diário.

“Devemos trabalhar na Ucrânia e pelos interesses do povo ucraniano”, destacou, numa mensagem dirigida a deputados, funcionários públicos e outros agentes do Estado.

As condições impostas às viagens para fora do país de funcionários públicos ou deputados foram amplamente regulamentadas desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022 e, em particular, da introdução da lei marcial.

“Raiva”. Zelensky denuncia “traição” de deputado apanhado em férias nas Maldivas