Uma das muitas tradições da casa real britânica consiste em fazer, anualmente, uma contagem do número de cisnes que o monarca possui e este ano o resultado foi “dececionante”. A contagem feita ao longo do rio Tamisa registou 94 cisnes jovens que, quando comparados com os 155 do ano passado, dão conta de uma queda de quase 40%. Os motivos apontados como motivo da diminuição do número de aves são a gripe aviária, bem como confrontos com outros animais e também com humanos agressivos, segundo o New York Times.

Segundo uma tradição que remonta ao século XII, o monarca reinante pode reclamar para si todos os cisnes mudos e não marcados que estejam em águas abertas de algumas zonas do rio Tamisa. Na altura os cisnes eram um bem alimentar muito apreciado em banquetes e os monarcas atribuíam direitos de propriedade a quem tinha estas aves, explica a casa real. Hoje os cisnes são uma espécie protegida e esta tradição tornou-se mais numa iniciativa de conservação da vida selvagem e numa espécie de senso destas aves. Assim Isabel II era dona de uma série de cisnes que o Rei Carlos III herdou quando subiu ao trono, em setembro de 2022.

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Outra tradição é a contagem anual destas aves, conhecida como Swan Upping, um levantamento ou senso dos cisnes reais. Em meados do passado mês de julho, seis barcos partiram da cidade de Sunbury-on-Thames numa missão de cinco dias ao longo do rio Tamisa que tinha como objetivo fazer a contabilidade de cisnes do Rei, a primeira do reinado de Carlos III. A norma manda que uma equipa vestida a rigor, de vermelho e bege, navegue pelo rio em pequenas embarcações. Os cisnes são retirados da água e levados para a margem do rio, onde são pesados e medidos e se verifica se estão bem de saúde ou têm ferimentos.

A tradição, como todas as outras, é séria e até há um uma pessoa que tem a função de ser o marcador de cisnes oficial do monarca. Trata-se de David Barber, assume o trabalho há três décadas e é possível distingui-lo através da pena de cisne que usa no chapéu. Sobre a contagem deste ano, diz ser “muito dececionante”, segundo cita o jornal, na verdade os mais dececionantes em anos. Mas acrescenta que, apesar de haver uma menor quantidade de cisnes, todos estão em ótimas condições de saúde. Espera-se que este ano o número de aves volta ao registo normal.

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