Várias personalidades de reality shows acusam a cadeia de televisão norte-americana NBC de usar táticas de manipulação, encobrir casos de violência sexual e de recusar a saída dos membros do elenco. “Como sabem, a NBC tem um padrão e uma prática grotesca e depravada de maus tratos das estrelas dos programas e dos membros das equipas, à custa dos quais os seus cofres enchem”, refere uma carta enviada pelos seus advogados a que a Rolling Stone teve acesso.

“Estes indivíduos foram mentalmente, fisicamente e financeiramente abusados pela NBC e ameaçados caso decidissem falar sobre os maus-tratos”, refere ainda a missiva, dirigida à Bravo, que a cadeia televisiva comprou em 2002, E! e à CNBC, que pertencem à NBC Universal. As personalidades defendem que o universo “sórdido e sombrio” da cadeia televisiva permaneceu escondido por demasiado tempo e deixam um aviso claro: “lembrem-se, por favor, o dia de ajustar contas chegou”.

Na carta, refere a Rolling Stone, não são identificados os clientes que estão a ser representados. Denuncia-se a tentativa de criar instabilidade, através da privação de sono, privação de alimentação e consumo abusivo de álcool; a exploração de menores, que não estariam a ser pagos pela participação nos programas. Alega-se também que foi negado aos membros do elenco tratamentos de saúde mental, que era distribuída pornografia e que eram ocultados do público episódios de violência sexual. Os contratos seriam fechados em condições injustas.

A carta é assinada pelos advogados Bryan Freedman e Mark Geragos, bastante conhecidos no meio televisivo. “Acho que isto será apenas o começo da verdade sobre o que realmente se está a passar”, disse em entrevista à Variety. E acrescentou: “Conheci muitas pessoas que me contaram muitas histórias. Isto vai acabar numa guerra e sou eu que a vou liderar”.

Em resposta, um porta-voz da NBC Universal limitou-se a garantir que a cadeia de televisão está “comprometida” em manter um ambiente seguro e que respeita os membros da equipa. “Se nos chegam queixas, trabalhamos com os nossos parceiros da produção para garantir que há uma ação apropriada e oportuna”, sublinham. Nestes casos, referem, a primeira medida é iniciar uma investigação e, se necessários, prestar apoio médico e ou psicológico às vítimas.

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