O Maserati MCXtrema é o mais recente “brinquedo” para quem adora velocidade e competição automóvel, não se sentindo satisfeito com o realismo proporcionado pela PlayStation. Daí que o construtor transalpino tenha concebido um superdesportivo sem estar limitado pelas regras impostas à circulação na via pública, dos limites de ruído aos de poluição, destinado a ser utilizado exclusivamente em pista, onde vale tudo para retirar o máximo de prazer.
O MCXtrema parece pronto a participar em provas como as 24 Horas de Le Mans, com a Maserati a recorrer à sua experiência na competição para propor ao grande público um parente próximo do MC12 GT1 que apaixonou multidões nos anos 60. O modelo, homologado apenas para circuito, consegue ser mais leve e mais potente, argumentos que permitem antever uma capacidade de aceleração superior, bem como um comportamento mais eficaz em curva e na travagem.
Na essência, o Maserati MCXtrema deriva directamente do mais recente superdesportivo da marca transalpina para estrada, o MC20, um concorrente que impõe respeito aos adversários directos, aproximando-se mesmo da mítica Ferrari. Vão ser fabricadas apenas 62 unidades deste carro de competição destinado a quem queira (e possa adquirir) um veículo para dar largas aos dotes de condução, procurando o prazer que só um modelo concebido por uma equipa de engenheiros habituados a construir carros de corrida pode garantir.
A carroçaria do MCXtrema nada tem em comum com o MC20. Abundam os alargamentos e os apêndices aerodinâmicos, do longo splitter à frente à imensa asa posterior, cuja presença é reforçada pela barbatana longitudinal que liga a asa à entrada de ar para alimentação do motor, além do generoso difusor inferior. A unidade motriz continua a ser o 3.0 V6 biturbo da família Neptuno, que no modelo de estrada fornece 630 cv, potência suficiente para lhe permitir atingir 325 km/h, depois de passar pelos 100 km/h ao fim de 2,9 segundos, graças a um peso de somente 1150 kg.
Uma vez instalado no MCXtrema, o V6 passa a usufruir de dois novos (e maiores) turbocompressores, além de admissões mais directas e escapes sem catalisadores ou filtros de partículas, o que eleva a potência em 104 cv, para 734 cv. Esta unidade está associada a uma caixa sequencial com seis velocidades e uma embraiagem de competição, capaz de suportar o esforço continuado de uma utilização em condições extremas. Um pouco à semelhança dos travões, pois também eles passaram a ser de competição e em fibra de carbono, para resistir a horas de travagens no limite.
Todas as 62 unidades já têm dono, a 1,1 milhões de euros cada, e serão construídas em sintonia com o regulamento da Federação Internacional do Automóvel para carros de GT. E não é evidente que, se os clientes se organizarem para realizar provas por esse mundo fora e pedirem com “jeitinho”, a Maserati não conceba uma espécie de troféu, à semelhança do que a Ferrari também faz para os seus modelos.