Foi na madrugada de 24 de junho a última vez que o general russo Sergei Surovikin foi visto. Num vídeo publicado nas redes sociais, o responsável militar apelava ao grupo Wagner para que travasse a rebelião. Desde aí, não há sinais do paradeiro do homem que tinha comandado as tropas da Rússia na Ucrânia. Ainda que continue em parte incerta, o conhecido general Armagedão foi, esta quarta-feira, demitido do cargo de comandante-chefe da força aérea russa.

A notícia foi inicialmente avançada pela imprensa russa e foi confirmada pela agência de notícias Reuters. Esta quarta-feira, a Rússia divulgou o nome o sucessor de Sergei Surovikin, escolhendo Victor Afzalov, promovido em 2022 a coronel-general pelo Presidente russo, Vladimir Putin. Apesar deste reconhecimento, o novo comandante-chefe da força aérea é um desconhecido, com a imprensa russa a admitir que praticamente não existem informações sobre o seu passado militar.

Relativamente a Sergei Surovikin, o diário russo RBC noticiou que Sergei Surovikin estava “atualmente no meio de umas férias curtas”. O general demitido assumiu a liderança da Força Aérea em outubro do ano passado, mas, depois de ordenar a retirada do terço norte da região ucraniana de Kherson, foi substituído em janeiro de 2023 pelo chefe do Estado-Maior, Valeri Gerassimov.

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Sergei Surovikin caiu em desgraça após a fracassada rebelião armada liderada por Prigozhin, que na altura reconheceu ter planeado pessoalmente com o referido general a operação para tomar a cidade de Bakhmut, algo que os mercenários conseguiram em maio passado.

Criticando Gerasimov e o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, Prigozhin garantiu que, com Surovikin no comando, os seus homens nunca teriam tido problemas com o fornecimento de equipamento e munições, pelos quais culpou os dois primeiros em diversas ocasiões.

General desaparecido desde a rebelião do grupo Wagner está a “descansar”, diz deputado do partido de Putin

Desde a revolta do Grupo Wagner, em 23 e 24 de junho, Surovikin desapareceu dos olhos do público, embora em meados de julho um deputado, Andrei Kartapolov, tenha garantido que o general estava “a descansar”. O Kremlin nunca confirmou a prisão do general por apoiar o motim, o que também foi refutado pela sua própria filha.