A União Europeia (UE) rejeitou esta quinta-feira comentar o alargamento do grupo de economias emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com seis novos membros, indicando “tomar nota” da decisão e realçando as relações individuais.

A União Europeia não é membro dos BRICS, por isso esta decisão sobre o alargamento do grupo cabe unicamente aos seus membros. Por isso, tomamos nota deste desenvolvimento e já estabelecemos ligações com os membros individuais dos BRICS“, declarou o porta-voz principal da UE para os assuntos externos e a política de segurança, Peter Stano.

https://observador.pt/2023/08/24/grupo-dos-brics-vai-passar-a-integrar-mais-seis-paises/

Questionado na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, sobre a posição da União Europeia relativamente a este alargamento, Peter Stano destacou: “Estamos a trabalhar com eles individualmente em questões que são importantes para nós, mas quando se trata da decisão, não fazemos parte dela“.

“Esta é uma decisão tomada pelos países BRICS e cabe-lhes a eles implementá-la e ver como o grupo irá funcionar com os novos membros“, adiantou o porta-voz.

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Índia quer ser o motor de crescimento do mundo

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou esta quinta-feira a entrada da Argentina, Egito, Etiópia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos no grupo de economias emergentes BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

“Decidimos convidar a República da Argentina, a República Árabe do Egito, a República Federal da Etiópia, a República Islâmica do Irão, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, para serem membros de pleno direito, efetivo a partir de 1 de janeiro de 2024“, anunciou.

O líder sul-africano falava em conferência de imprensa conjunta, em Sandton, sobre o resultado das deliberações da 15.ª cimeira do grupo das economias emergentes, que terminou esta quinta-feira em Joanesburgo, África do Sul.

Ramaphosa disse que os líderes BRICS adotaram a declaração “Joanesburgo II” da 15.ª Cimeira dos BRICS.

China diz que o Mundo não quer uma segunda “Guerra Fria”

O bloco representa atualmente mais de 42% da produção mundial e deve mudar a economia mundial até 2030, sendo os maiores parceiros comerciais de África.

Nos últimos dois dias, chefes de Estado e de Governo do Brasil, Índia, China e África do Sul estiveram envolvidos em conversações sobre vários temas, incluindo o reforço da cooperação de segurança, energética, comercial, económica, social.

A Rússia, que também integra o bloco, esteve representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, uma vez que o Presidente russo, Vladimir Putin, não viajou para a África do Sul devido ao mandado de detenção do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra na Ucrânia.

Cerca de 1.500 líderes empresariais de vários países participaram no fórum empresarial do bloco, segundo o Presidente sul-africano.