O Presidente da República comentou esta quarta-feira o caso do polémico beijo do presidente da Federação Espanhola de Futebol a uma jogadora, que considerou uma das “coisas menores que ocupam a atenção das pessoas” e as notícias, pelo menos em comparação com “questões mais graves” como a guerra e as mortes humanas.

Foi a meio de uma intervenção na Universidade de Verão do PSD que Marcelo Rebelo de Sousa, que contava aos jovens um pouco da sua experiência na visita que fez a Kiev, na semana passada, explicou que veio da Ucrânia a pensar no sentido da política e até da vida: “O que é fazer política, o que é lutar por uma causa, até onde se deve lutar por uma causa, o que dá sentido à vida”.

Foi então que o Presidente, sem querer “desmotivar” os jovens a “resolverem problemas que têm de se resolver no sítio onde se vive”, se referiu às tais “coisas tão menores que ocupam a atenção das pessoas”: “Beijou melhor ou beijou pior, ainda que tenha beijado…”.

Sem explicar a que é que se referia em concreto, Marcelo ainda pareceu admitir que a questão pudesse ter a ver com “princípios fundamentais”, mas seguiu sem mais.

Confirmaria minutos depois que o comentário era ao caso Rubiales, depois de ter sido questionado pelos jornalistas, à saída da palestra. Estava o Presidente a falar do assunto mais polémico dos últimos dias? Sim, assentiu Marcelo, desvalorizando o assunto em comparação com a guerra: “É uma questão de investigação de um crime de assédio sexual, é uma questão grave, mas há questões mais graves como a morte em guerra, vidas humanas de um lado e outro, em número massivo”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Depois, o Presidente ainda sugeriria que a cobertura noticiosa do assunto é demasiado extensa: “Em termos de destaque noticioso cada qual é livre, mas uma coisa é um ato criminoso individual a ser investigado, outra coisa é uma guerra com mortes e a vida humana vale sempre mais do que tudo isso”.

O caso do beijo à jogadora Jenni Hermoso gerou uma polémica que já ultrapassou em muito as fronteiras do futebol. Perante a recusa de Rubiales em demitir-se, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, condenou a atitude e a UEFA já veio fazer o mesmo.

O avô guarda-redes, as saudades da família e (muitos) golos. A história de Jenni Hermoso, o outro lado da polémica com Rubiales